92 agências estão fechadas no segundo dia da greve nacional dos bancários em Rondônia

Em Porto Velho, das 34 agências, apenas duas continuam abertas, entre elas a agência principal do Banco da Amazônia, no Centro da capital, já que os funcionários continuam sem aderir ao movimento.

Publicada em 01 de October de 2014 às 17:14:00

Assim como já era esperado pelos sindicalistas e grevistas, o número de agências fechadas em Rondônia aumentou consideravelmente do primeiro para o segundo dia da greve nacional dos bancários.

Até o meio dia desta quarta-feira, 1º de outubro, o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) contabilizou 92 agências fechadas de um universo de pouco mais de 130 agências no Estado inteiro, o que representa um índice de 74% de adesão.

Em Porto Velho, das 34 agências, apenas duas continuam abertas, entre elas a agência principal do Banco da Amazônia, no Centro da capital, já que os funcionários continuam sem aderir ao movimento paredista.

No Brasil inteiro os bancários fecharam 6.572 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal no primeiro dia da greve, 427 unidades a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (6.145), um crescimento de 6,95%. Os números são da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados pelos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 511 mil bancários do país.

“Como podemos perceber a greve, a exemplo dos anos anteriores, é fortalecida dia após dia, com a adesão de mais trabalhadores insatisfeitos com as propostas apresentadas pelos bancos e a previsão é que essa adesão seja ainda maior nos próximos dias”, destaca José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.

Os bancários decidiram entrar em greve após assembleia geral que rejeitou a proposta apresentada pela Fenaban, no sábado (27), elevando o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação).

“7,35% de reajuste é uma afronta! Os bancos tem total condições de atender às nossas reivindicações financeiras, pois continuam batendo recordes de lucros a cada semestre que passa. E além de não quererem valorizar seus empregados, os verdadeiros responsáveis pela sua riqueza, os bancos sequer investem no social. Aqui em Porto Velho, por exemplo, nenhum dos bancos tem nenhuma obra de cunho social implementada ou efetivada”, acrescentou o dirigente.

As principais reivindicações dos bancários

* Reajuste salarial de 12,5%.

* PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.

* 14º salário.

* Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês (salário mínimo nacional).

* Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.

* Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.

* Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

* Fim das metas abusivas.

* Combate ao assédio moral.

* Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.

* Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.

* Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.

* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

* Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

* Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).