A luta de Tiradentes - Por Gabriel Bocorny Guidotti

Os executores de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não sabiam, mas em vez de matá-lo, estavam imortalizando-o.

Publicada em 20 de April de 2015 às 09:42:00

Sempre admirei homens e mulheres cujos sacrifícios pelo país custaram sua própria liberdade. São estes exemplos que nos inspiram a continuar uma luta perene: a busca pela justiça social. O atual regime brasileiro é democrático, mas nossa democracia é madura o suficiente para enfrentar as mazelas de nosso tempo? Não, ainda não. A batalha continua. Neste dia, entretanto, é possível afirmar: a chama de Tiradentes vive entre seus compatriotas.

Quando surge um feriado em meio de semana, as pessoas destacam a possibilidade de descanso – uma interrupção sadia do trabalho para colocar a mente em ordem. Desopilar faz parte da vida do ser humano, mas seria muito mesquinho de nossa parte não refletir sobre os acontecimentos deste dia na memória do país. Pois foi em 21 de abril de 1792, há 223 anos, que um homem se ergueu contra a tirania de Portugal e se sacrificou pelos ideais de uma nação livre e independente.

Os executores de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não sabiam, mas em vez de matá-lo, estavam imortalizando-o. Na Inconfidência Mineira, a exemplo de outros movimentos, como a Revolução Farroupilha, começava o prelúdio de uma inadiável soberania brasileira. Algo que, gradativamente, se espalharia pela sociedade. A cultura do medo e da exploração não teria vida longa na colônia. O gigante pela própria natureza veria que um filho teu não foge à luta.

No entanto, existem outras formas de medo e exploração e elas estão muito presentes em nossa realidade. Enquanto chovem problemas na esfera pública, o Brasil ficou refém de siglas e ideologias de ocasião. Estamos nas mãos de um sistema que não renova, apenas substitui mais do mesmo. Um sistema que vende, a cada eleição, a esperança de um país melhor, incomparável, perfeito. E a cada nova eleição, mascara problemas não filtrados nos últimos quatro anos de gestão. Afinal, que política sem vigor é essa?

Neste 21 de abril, um ode à memória de nosso herói nacional que ensinou fidelidade e patriotismo às próximas gerações. O tamanho de seu sacrifício é o tamanho do Brasil. Embora nosso país não seja, ainda, aquele que queremos, ele não desistiu em um momento quando era pior. Ter esperança, traçar um caminho mais otimista é, portanto, obrigação de cada cidadão de bem. Tiradentes acreditava no país. Acreditemos também.

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Gabriel Bocorny Guidotti
Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo.
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