Eleição para presidente da Câmara de Cacoal rendeu R$ 20 mil a cada vereador

Dinheiro e cargos na Prefeitura petista foram utilizados para comprar apoio de vereadores na Câmara aos projetos da organização criminosa, cuja chefe chegou a redigir o relatório final da CPI na qual ela era a investigada.

Publicada em 25 de June de 2015 às 16:35:00

Da reportagem do Tudorondonia

Os vereadores cacoalenses Valdomiro Corá, Paty Paulista, Donizete da Sucam, Pedro Ferrazin , Valter Pires e Mário Angelino Moreira, o Jabá , receberam, cada um, R$ 20 mil em troca do voto para a eleição do presidente da Câmara Municipal. Detalhe: o eleito foi Paty Paulista, que ainda embolsou o dinheiro.

A informação consta da denúncia apresentada à justiça pelo Ministério Público de Rondônia contra dezessete acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Prefeitura e Câmara de Cacoal , desmontado pela Operação Detalhe, da Polícia Civil e MP.

Segundo as informações constantes da denúncia, quem comprou o voto dos vereadores para votar em Paty foi a então secretária chefe de gabinete da Prefeitura, Maria Ivani.

O acordo foi fechado em Brasília, para onde viajaram, juntamente com Maria Ivani, todos os vereadores citados na denúncia.

A então toda poderosa chefe de gabinete da Prefeitura petista tinha um plano mais amplo: ela conseguiu montar um esquema criminoso envolvendo o Executivo e o Legislativo e passou, junto com Paty Paulista, a comandar a Prefeitura e a Câmara, mantendo controle absoluto sobre todos os setores político e administrativo do município.

As negociatas que resultaram neste controle da organização criminosa sobre a Prefeitura e a Câmara começaram com a abertura de uma CPI para apurar o recebimento indevido de diárias por Maria Ivani. Na época, ela firmou um compromisso de eleger Paty paulista presidente da Câmara e ainda lhe concedeu 12 cargos comissionados na Prefeitura, as chamadas portarias.

Paulista foi eleito e ficou tão feliz que se aliou a Maria Ivani, não apenas sepultando a CPI, mas deixando que a própria investigada redigisse o relatório que foi posteriormente arquivado pelos vereadores.

Foi para tramar a eleição de Paulista que os vereadores acompanharam Maria Ivani na viagem a Brasília, onde se deu a compra de votos para a eleição da Mesa.

Posteriormente, ainda segundo a denúncia do MP, Maria Ivani usou seu poder na Prefeitura e loteou todas as secretarias entre os vereradores , distribuindo cargos para atender Paty paulista, Donizete, Cesar Condak, Valdomiro Corá, Mário Angelino Moreira, vulgo Jabá, e Pedro Antônio ferrazin. Em troca, de acordo com o MP, estes vereadores davam apoio na câmara a todos os projetos da organização criminosa, como  autorização para loteamentos irregulares, e arquivavam qualquer CPI que pudesse revelar o esquema corrupto.