Júri absolve homem que matou acusado de tentar estuprar sua esposa em Chupinguaia (RO)

Crime aconteceu numa fazenda em julho de 2005.

Publicada em 30 de August de 2016 às 09:59:00

O trabalhador rural Célio da Silva Alves, de 53 anos, que matou, no dia 23 de julho de 2005, com um único tiro, o também braçal José Manoel Pedro da Silva, foi julgado nesta segunda-feira, 29, em Vilhena, e absolvido do crime que lhe era imputado. O crime homicídio aconteceu numa fazenda em Chupinguaia.

De acordo com os autos, cinco dias antes do crime, o réu teria vindo a Vilhena para resolver alguns problemas, e deixado a esposa sozinha com um filho de poucos meses na fazenda onde ele trabalha. Neste ínterim, a vítima teria ido até sua casa, sabendo que a mulher estava sozinha e, armado com um facão, teria tentando manter relações sexuais com ela.  A mulher o repudiou, desferiu alguns golpes com o cabo de vassoura nele e fugiu a cavalo.

Célio, quando retornou à fazenda, após quatro dias, ouviu da esposa o que havia acontecido e foi tirar satisfações com José Manoel. 

Célio contou hoje, durante o julgamento, que quando confrontou José Manoel, este teria partida para cima dele com um pedaço de madeira (ou cabo de vassoura). O acusado disse que, para se defender, atirou uma vez contra o agressor. Alegou também que não percebeu aonde a bala teria acertado a vítima. 

Acontece que esse único tiro acertou em cheio o coração e causou a morte imediata de José Manoel. E, por isso, o promotor de justiça João Paulo Lopes pediu a condenação do réu por homicídio privilegiado. No entender do promotor, pelo contexto pré-fato, no a esposa do acusado quase foi estuprada, o crime foi cometido sob relevante valor moral. 

Já o defensor público George Barreto Filho sustentou a tese de legítima defesa. Barreto explicou que quando os dois se encontraram no alojamento da fazenda e a vítima partiu para cima do réu, quer estivesse com um pedaço de pau, cabo de vassoura ou mesmo de mãos limpas, o Célio usou o que tinha em mãos para se defender. Como tema secundário, Barreto Filho pediu aos jurados que reconhecessem a tese, também apresentada pela acusação, de homicídio privilegiado. 

Houve réplica e tréplica e depois de mais de 3 horas e meia de julgamento, o corpo de jurados, formado por quatro homens e três mulheres, acatou a tese defensiva de legítima defesa e absolveu o réu. 


Fonte: Folha do Sul
Autor: Rogério Perucci