Vencer uma eleição, ao contrário do que se pensa, não é tarefa das mais difíceis para alguns candidatos. O desafio começa para valer depois do resultado das urnas. Tome-se como exemplo o caso do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, do PSDB. De candidato azarão, ele saiu do final da fila em todas as pesquisas de opinião, para o palácio Tancredo Neves, pilotando um caminhão de votos.

E aí chegou a hora de arregaçar as mangas e enfrentar os problemas, herdados, em grande parte, de uma longa história de incúria e equívocos na administração da coisa pública. O trinômio saúde, educação e transporte coletivo, constitui, ao lado do saneamento e sistema viário, as principais aspirações dos portovelhenses.

Afinal de contas, é para isso que a população paga impostos, ou seja, para que as obras e serviços públicos essenciais lhe sejam disponibilizados, preferencialmente com qualidade. A grande verdade é que se não pode conviver por mais tempo com problemas que parecem crônicos, com se vivêssemos na idade da pedra lascada.

Porto Velho está entre as dez piores capitais do país no ranking do saneamento básico. Apenas 2,4% da população têm acesso ao serviço de coleta de esgoto. Já fomos medalhados como a cidade que tem o trânsito mais violento do país, com destaque em rede nacional. Em vez de melhorar, o sistema de transporte coletivo piorou, apesar dos seguidos e polpudos reajustes na tarifa, chegando o mais recente a quase 30%. 

Com se vê, trabalho é o que não falta. A hora não é de passear. Pelo contrário, a tarefa é gigantesca e não admite discursos vazios. Convém desarmar o palanque, colocar o desânimo de lado, para quem já levou os louros da vitória, e por a mão na massa. O eleitor que deu um crédito de confiança já começou a cobrar a fatura.