O Secretário Municipal de Saúde de Porto Velho, Domingos Sávio, orgulha-se de sua origem nordestina, mas não esconde o
amor e o respeito por Rondônia, assim como eu e tantos que para cá vieram e foram acolhidos por este pedaço de chão abençoado, embora haja quem só enxergue seus defeitos. Sávio é do tipo que não costuma levar desaforo para casa. Com ele, escreveu não leu, o pau comeu.

O escritor francês Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon, disse que o estilo é o próprio homem. Terça-feira (13), Sávio foi
à Câmara Municipal de Porto Velho apresentar aos vereadores o relatório quadrimestral das atividades realizadas pela Semusa.

Em resposta ao vereador Edmo Ferreira (Dim Dim), sobre a reforma do posto de saúde do distrito de União Bandeirantes,
Sávio incorporou o estilo Maçaranduba (personagem interpretado pelo humorista Cláudio Manoel, no extinto programa Casseta & Planeta da rede Globo de Televisão), para quem tudo se revolvia na base da porrada. Esse negócio de oferecer a outra face ao agressor, como ensinou Jesus, não é com ele.

Assim disse Sávio: “vereador, se o cara me der um murro, dou outro nele, se me der um tiro, dou uma facada nele”. Isso
foi pronunciado, inclusive, na presença de um procurador do Ministério Público Federal. Proferida por um frequentador de bar de quinta categoria, a frase certamente não causaria nenhuma reação adversa, mas na boca de uma autoridade pública, soa, no mínimo, desconexa.

Sávio e Édimo andaram se estranhando. O pivô da discórdia foi uma ambulância que servia ao distrito, reduto eleitoral do
parlamentar. A Semusa teria trazido o carro para consertar e demorou a devolver, deixando à população à mercê da própria
sorte. Dim Dim perdeu a paciência. Foi à tribuna e soltou os cachorros no secretário. Mas isso já faz parte do passado. Hoje, os dois mais parecem amigos de infância.

Agora, foi a vez de o vereador Sid Orleans (que comandou a Semusa no governo do petista Roberto Sobrinho) provar do estilo
bateu levou de Sávio.

Ao denunciar o aumento dos casos de malária no Baixo Madeira, o secretário não gostou e partiu em tropelia contra o parlamentar, que só está cumprindo o seu papel, como fiscalizador das ações do executivo municipal.

No governo do presidente Fernando Collor de Mello, Cláudio Humberto inaugurou o estilo “bateu levou”. Na administração
do prefeito Mauro Nazif, o secretário Sávio criou o estilo “maçaranduba”.