O povo quer ouvir proposta, não baixaria!

Valdemir Caldas

Publicada em 22 de September de 2014 às 12:51:00

Houve época em que as campanhas eleitorais repousavam, sobretudo, na força física dos que a elas se entregavam.

Geralmente, um comício ou reunião terminava em pancadaria e até mortes.

A máquina pública era usada não somente para beneficiar os dirigentes de plantão e seus apaniguados políticos, como também para intimidar adversários e coagir eleitores. As armas de fogo eram instrumentos indispensáveis a candidatos e seus capangas.

A apuração dos votos era considerada como o momento crucial do embate politico. Não eram os comícios e as reuniões que
determinavam os resultados. Dizia-se que a contagem dos votos valia muito mais que um bom repertório de boas ideias e
propostas.

O país e as instituições se modernizaram. A maioria do eleitorado não mais se comporta como um rebanho dócil, capaz de se amoldar aos caprichos e devaneios de políticos caricatos. Hoje, raramente se registram fatos semelhantes àqueles anteriormente apontados.

É verdade que novas formas de ferir a liberdade de pensamento e ação e de mostrar desprezo pelos costumes genuinamente
democráticos foram introduzidas na prática política.

É comum a divulgação de denúncias com viés eleitoral e de atos pouco edificantes de alguns homens públicos e de eventuais parceiros políticos, que em nada contribuem para o exercício da democracia.

Partem de onde partirem, provocações e ameaças que tendem a substituir a discussão das ideias pela ação violenta e temerária não podem mais que despertar no eleitorado a suspeita de que se caminha célere para o passado.

O povo quer ouvir propostas dos candidatos. O que eles pretendem fazer para melhorar a qualidade dos serviços públicos,
e não baixaria. Somente o desprezo e a falta de perspectivas políticas podem levar alguém a práticas que a sociedade repudia.