O sistema de saúde municipal chegou ao fundo do poço

As unidades de pronto atendimento e policlínicas atestam que a saúde municipal está moribunda, paciente terminal e com o quadro clínico bastante comprometido.

Valdemir Caldas
Publicada em 13 de outubro de 2017 às 10:07

O sistema de saúde de Porto Velho chegou ao fundo do poço. E não é preciso ser especialista no assunto para saber disso. Uma simples visita a qualquer unidade revela a falência completa dos órgãos que deveriam cuidar do bem-estar e assistência ao nosso povo. As unidades de pronto atendimento e policlínicas atestam que a saúde municipal está moribunda, paciente terminal e com o quadro clínico bastante comprometido.

Mas não é apenas a população que sofre. Os profissionais da saúde também padecem com o descaso que impera no setor, pois são impedidos de realizar suas atividades devido à carência de condições mínimas para cuidar da saúde da nossa gente. E isso fica evidente no rosto de cada um deles.

Terça-feira, a Câmara Municipal realizou uma audiência pública para discutir e apontar soluções para os problemas da saúde. Apesar de ter sido convidado, o secretário da pasta não compareceu, não mandou representante, nem justificou a ausência, numa completa falta de respeito para com o parlamento e, principalmente, para com a população. Enquanto isso, parlamentares, lideranças de bairros e profissionais da saúde se revezaram da tribuna.

Autor do pedido da audiência pública, Jair Montes disse que estava em seu segundo mandato e nunca tinha visto algo parecido, isto é, uma autoridade municipal ignorar o convite da Câmara para tratar de assunto relacionado à sua área de atuação. No dia anterior, Jair tentou emplacar a convocação dos responsáveis pelas compras de medicamentos e materiais básicos para abastecerem as unidades de saúde, mas teve seu requerimento rejeitado.

Alguém está fazendo o papel de Pilatos nessa história. E pode ter certeza que não são os profissionais da saúde. Eles são os únicos que não lavaram as mãos e muito menos compactuam com essa engrenagem maldita e que só redunda em malefícios para os que não podem pagar um plano de saúde e, por isso, são obrigados a enfrentar longas filas para conseguir uma simples consulta e, quando conseguem, não tem o remédio na farmácia do posto. Por quê? Porque o pessoal que o doutor Hildon nomeou para comandar o setor de compras da SEMUSA não sabe preparar uma licitação, como disse Jair. Na época da eleição, a saúde do povo é coisa séria e, portanto, precisa ser tratada com responsabilidade. Passado o período eleitoral, despontam a ineficiência, a carência de recursos, o empurra-empurra e as desculpadas esfarrapadas.

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