Os esquecidos de São Carlos, Calama, Nazaré e outros - Valdemir Caldas

A lerdeza do governo Nazif vem tornando ainda mais distante a perspectiva de retorno daqueles que foram escorraçados pelas águas de seus torrões originários.

Publicada em 28 de July de 2014 às 12:04:00

A cheia do rio Madeira destruiu casas, plantações e matou criações, obrigando moradores de São Carlos, Calama, Nazaré e
outros distritos de Porto Velho a buscarem abrigo na capital. Mas a esperança de uma existência pelo menos digna, logo
se transformou em pesadelo, resultado do descaso e da incompetência do poder público municipal, sob o comando do
prefeito Mauro Nazif (PSB).

A lerdeza do governo Nazif vem tornando ainda mais distante a perspectiva de retorno daqueles que foram escorraçados pelas águas de seus torrões originários.Muitos estão angustiados, decepcionados, arrasados moral e psicologicamente, não somente pela realidade da vida citadina, mas, principalmente, porque não encontraram por parte da administração Nazif o apoio e a compreensão de que tanto precisam nesse momento difícil de suas vidas.

E não poderia ser diferente. O que esperar de um governo que há dezenove meses não consegue abrir uma concorrência pública para permitir a entrada de novas empresas de ônibus, visando, assim, amenizar o sofrimento daqueles que dependem desse meio de transporte.

Nesse período, o máximo que Nazif e seu secretário de transporte conseguiram foi exasperar a paciência da população com
mudanças abruptas e extemporâneas no sistema viário da capital, prejudicando o comércio e dificultando ainda mais a vida de seus moradores.

Aos poucos, os esquecidos de São Carlos, Calama, Nazaré e outros distritos vão retornando às suas origens, reconstruindo suas casas, sobre os escombros de uma vivência interiorana, deixada para trás um dia, forçados que foram pela natureza.

É bem verdade que o executivo municipal distribuiu cestas básicas e acolheu alguns desabrigados, mas isso é muito pouco
em termos de soluções práticas, diante dos percalços enfrentados por essa gente que caminha no calvário da desilusão, carregando nas costas a cruz pesada do desencanto com seus próprios sonhos.Quando todos os esforços deveriam se concentrar numa só direção, num só sentido pragmático, para oferecer aos nossos irmãos que retornam às suas terras a ajuda e apoio de que eles necessitam para não se sentirem ainda mais abandonados, eis que a administração Nazif não consegue sair da mesmice e do discurso vazio.