A região conhecida como Ponta do Abunã, localizada na divisa de Rondônia com o Acre, recebeu neste final de semana a visita da candidata ao governo do Estado, Jaqueline Cassol (PR), que esteve acompanhada pela futura senadora Ivone Cassol (PP).

Em Extrema, onde esteve no sábado, Jaqueline encontrou a população frustrada, indignada com o veto presidencial do projeto que emancipa o distrito, tornando-o município. A aposentada Cícera Pereira, 65 anos, 24 deles morando no distrito, diz que já perdeu a esperança de ver a independência do local onde mora:
- A gente vive isolado, abandonado, entregue a sorte. Aqui não tem o sinal de celular, só ruas esburacadas, sem transporte escolar e com estrada ruim. Para fazer qualquer reivindicação precisamos percorrer 320 quilômetros até a prefeitura de Porto Velho. Difícil nossa vida.

O transporte escolar foi uma reclamação recorrente nos locais visitados por Jaqueline Cassol. O comerciante Ildefonso Freitas, 59 anos, também reclamou na qualidade do serviço.

- As aulas esse ano começaram atrasadas em algumas escolas porque não tinha transporte escolar. Minha esposa é funcionária da educação, a gente sabe de todos os problemas que impedem o avanço educacional. Tem horas que parece ser falta de vontade de resolver.

Sendo eleita, "a educação terá prioridade , com investimento em infraestrutura, bem como em material humano", enfatizou a candidata.

- Entendo que é com educação que se faz um Estado forte, que tem mão de obra qualificada para atender a industrialização, que oferece profissionalização. É preciso despertar nos jovens o desejo de aprender e se tornar educador. É dando condições de estudar, como garantir o transporte escolar, merenda de boa qualidade e professores capacitados e valorizados, que garantiremos um futuro melhor para nosso Estado.

  À tarde Jaqueline Cassol se encontrou com a Comissão de Emancipação de Extrema, um grupo de moradores que lidera o movimento em favor da criação do município. O líder, Aparecido Bispo de Oliveira, se disse frustrado com o desfecho do projeto de emancipação.

- O sentimento é de abandono. Não descartamos novas manifestações nessa BR para chamar atenção dos governos.

Para Jaqueline, o governante precisa ser corajoso, ter pulso firme para enfrentar o sistema quando este está contra o interesse da população.

- Meu governo será parceiro de vocês. Precisamos de políticos comprometidos com Rondônia e os rondonienses. Chega de políticos que só aparecem nas cidades e nos distritos em época de eleição. Sou de acordo com a emancipação porque entendo que é melhor um município pobre do que um distrito miserável.
Entre a comissão, o líder indígena Ari Kaxarari, da tribo Paxiúba, manifestou apoio a Jaqueline Cassol e pediu comprometimento com a causa da emancipação.

- Acreditamos que ainda há saída para nós. Vamos depositar em você a nossa total confiança que será parceira desse lugar. Conhecemos a política séria que sua família tem feito ao longo dos anos. Uma política comprometida e compromissada com o interesse coletivo. O pouco de esperança que nos resta será depositada em você, pois precisamos de um governo com seu perfil, com moral e caráter”.