Por que faltam médicos?

Valdemir Caldas

Publicada em 17 de August de 2014 às 19:24:00

A falta de médicos, principalmente nas unidades de saúde do município de Porto Velho, é um problema crônico. Não é de hoje que a mídia vem denunciando essa situação ou anunciando as receitas encontradas pelos administradores públicos para, pelo menos, minimizar o estrago.

Por que faltam médicos se os salários são tão atraentes e o Brasil é um dos países onde há mais faculdades de medicina? A resposta residiria na distribuição desses profissionais pelo território nacional. Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que se tenha, no mínimo, um profissional para cada mil habitantes, há estados que esse número não passa de dois, como seria o caso de Rondônia.

Já em cidades como Belo Horizonte (MG), Porte Alegre (RS) e Niterói (RJ) a taxa seria de quatro médicos para mil habitantes. A longevidade e a gravidade do problema exigem tratá-lo com maior atenção e responsabilidade.

Na opinião de especialistas, levar as faculdades de medicinas para o interior, dotar as unidades de saúde de infraestrutura, reciclar e aperfeiçoar os profissionais, são algumas alternativas que já deveriam ter sido abraçadas pelos dirigentes públicos. Inútil é insistir em medidas pensadas apenas dentro da perspectiva de um mandato governamental, como se saúde fosse um experimento.

Se na capital o atendimento é precário, o que dizer em localidades como Extrema, Nova Califórnia e Nazaré. Pergunte ao vereador Édmo Ferreira, o Dim dim, como andam os serviços médicos prestados no posto de saúde de União Bandeirantes. Faça a mesma pergunta aos vereadores Jurandir Bengala e Chico Lata, ilustres moradores do distrito de Jaci Paraná.

Há trinta dias, o secretário municipal de saúde, Domingos Sávio, foi à Câmara para falar sobre o que chamou de “planejamento estratégico” para retirar o sistema do caos no qual está imerso. Na prática, porém, a situação permanece inalterada. Enquanto minguas as ações, proliferam os problemas. Não é à toa que já há gente pedindo a cabeça de Sávio.

A questão da saúde precisa ser vista como um capítulo importante dentro das políticas governamentais. A administração Nazif precisa fazer um diagnóstico responsável e estabelecer metas de enfrentamento. Como médico, o prefeito devia saber que, com saúde, não se brinca. E esse deve ser não apenas um compromisso seu, mas, também, do governador Confúcio Moura.