Não estou entre os cento e quarenta e oito mil seiscentos e setenta e três portovelhenses que sufragaram o nome do doutor Hildon Chaves, do PSDB, para a prefeitura de Porto Velho, o que corresponde 65,15% dos votos válidos.

Também não vibrei com a sua vitória, que, para muitos, marcou a chegada de um novo tempo. Igualmente não torço pelo seu fracasso, pois isso seria procedimento dos mais burros. Afinal, amo a cidade que me acolheu e na qual deitei raízes. Quero o melhor para Porto Velho; ao contrário de alguns pescadores de águas turvas, que trabalham diuturnamente para vê-la sempre genuflexo.

Doutor Hildon representou a esperança para muitos portovelhenses, cansados de corrupção e letargia administrativa. O povo queria ver Porto Velho caminhar rumo ao futuro, e não ficar de costas para ele, repetindo, assim, experiências malogradas de outras cidades rondonienses.

Os que nele votaram, o fizeram apostando na modernidade, na ética, na transparência, nas reformas e na defesa dos valores que nos identificam como uma nação democrática. Sou daqueles que ainda acreditam no exemplo como método pedagógico. Por isso, doutor Hildon deveria exigir que se apurasse, a fundo, a denúncia que pesa sobre os ombros de seu vice-prefeito.

Pouco importa questionar os motivos que teriam levado o senhor Edgar a embargar nessa canoa furada, até porque, a essa altura do campeonato, não há mais condições de retorno, a ponte foi destruída e, para os que ficaram, o lema é vencer ou vencer. Nesse momento difícil pelo qual o país atravessa é preciso ter coragem e visão de futuro. É isso que a população espera de seu prefeito.

O senhor não pode perder um minuto, doutor Hildon! Ouça os clamores das ruas, e menos os conselhos de alguns que lhe cercam, pois eles não estão preocupados com a sua condição de homem público, mas, sim, com seus próprios e mesquinhos interesses. Seja sensível às ansiedades coletivas.

A decisão pode ser difícil, frontal e amarga, mas precisa ser tomada. Lembre-se de que o dirigente público precisa governar em sintonia com os interesses da Nação e com a vontade do povo.