Resenha política - Robson Oliveira

Amorim dá uns gritos em Capixaba e terá de sair do PTB. O PSB aguarda Confúcio para disputar o Senado. Jesualdo também está de olho numa das vagas, mas deputado acha que ele não tem perfil. A situação de Raupp. Perseguições a servidores.

Publicada em 21 de fevereiro de 2017 às 15:13:00

Hostilidade –   Acostumado a tratar de forma hostil as pessoas com as quais se indispõe, o vereador ariquemense, Ernandes Amorim, será obrigado a procurar um outro partido para conseguir registrar uma candidatura à Câmara Federal depois que gritou com o presidente regional do PTB, Nilton Capixaba, numa reunião em Ariquemes. Em conversa com a coluna, Capixaba adiantou que Amorim não terá vaga na nominata do PTB a deputado federal nas eleições de 2018.

SENADO – Embora seja prematuro falar em candidaturas para as eleições 2018, os grupos políticos já estão se mexendo para construir suas alternativas eleitorais. O PSB, por exemplo, espera que o governador Confúcio Moura (PMDB) ingresse na legenda para ser o candidato a senador.

GRUPO - O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), sinaliza que tem intenção de colocar o nome na disputa à vaga senatorial.  Uma tarefa nada fácil, visto que não possui um grupo consistente que seja capaz de projetá-lo em nível estadual. Ademais, outras lideranças de Ji com as quais este cabeça-chata conversou não veem com bons olhos esta postulação. O quadro se complicaria para o alcaide na hipótese de o governador ingressar no partido neossocialista.

PERFIL – O deputado federal Marcos Rogério (DEM), com base eleitoral em Ji, revelou à coluna que Jesualdo Pires não tem o perfil para senador. Reconhece que é um bom prefeito e, na opinião do parlamentar, um excelente vice-governador. A coluna deduz, desse diálogo, que o deputado está de olho na vaga: basta encontrar o cavalo encilhado no terreiro do DEM para subir e pedir votos.

APOSTA – Quem apostar na possibilidade de o senador Valdir Raupp (PMDB) ficar inabilitado judicialmente para a disputa de um novo mandato, devido a envolvimento na lava jato, pode tirar o cavalo da chuva porque estará fadado a perder as fichas.

DENÚNCIA - É simples concluir que o STF não conseguirá dar cabo aos processos dos réus com foro especial em tempo hábil para inabilitá-los às eleições de 2018, por razões que até os bagres do Madeira conhecem. O inquérito do senador rondoniense, liberado pelo ministro Fachin para julgamento, avaliará nesse momento apenas o recebimento ou não da denúncia. Sendo acolhido, dar-se-á a relação processual propriamente dita, com todos os prazos da ampla defesa e contraditório. A possibilidade de Raupp ficar imediatamente inabilitado é ínfima. Goste dele ou não!

PAPAGAIO – O deputado federal Lindomar Garçon (PRB), parlamentar que tem se notabilizado mais pela quantidade de fotos e imagens de TV em que aparece feito papagaio de pirata do que pela produção legislativa, está se regozijando do sucesso carnavalesco que as máscaras com seu rosto estão fazendo nas festas momescas da capital. Garçon insiste num marketing que tem tudo para torná-lo um folclore político. Uma brincadeira que pode lhe custar a reeleição já que a população está irritada com as palhaçadas dos nossos representantes.

VESPEIRO – Um pouco mais de um mês de mandato e o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), mexeu com vespeiros da administração municipal que invariavelmente o político experiente evita cutucar.

 

CAPITAL - Retirar dos servidores regalias consolidadas sem antes dialogar com os interessados e com uma boa explicação aos munícipes, nunca rendeu aos políticos rondonienses boas recordações. O ex-governador José Bianco, por exemplo, iniciou o governo demitindo dez mil servidores ao dar ouvidos a tecnocrata que não enxergava um palmo além do nariz, num custo político devastador. O ex-governador Valdir Raupp perdeu a reeleição depois que negligenciou com a folha de pagamento por conceder aumentos sem um estudo técnico correto. Voltou à ribalta política pela capacidade incomum de saber se reinventar. Hildon representa ainda uma enorme esperança dos eleitores da capital ávidos por um gestor competente e honesto, virtudes que lhe abundam, mas ao dar ouvidos a incompetente jogou sobre si um vespeiro que queima qualquer capital político. Aliás, brigar com servidor e imprensa não é aconselhado.

INTRIGAS – Como não conseguiu montar uma equipe de notáveis com privilégios à meritocracia, Hildon Chaves compôs uma equipe com o que dispunha nos partidos e na praça. Há nomes bons, mas empossou alguns que estão se especializando na intriga e na futrica. São esses últimos que estão ajudando a queimar o capital político do prefeito. Olho vivo!

PERSEGUIÇÃO – Inúmeras são as queixas contra secretários municipais que, em vez de mostrarem trabalho, perseguem servidores para abrir espaços aos apaniguados. A pasta da educação é a campeã de queixas e de insatisfação, particularmente de quem colaborou com a vitória do prefeito. O secretário de educação invariavelmente presta contas a um inexpressivo vereador mais do que ao prefeito.  Quando abordado opta por saídas efusivas. Qual a novidade da área? Quais as mudanças pedagógicas e capacitações? Quais escolas em reformas? Quantas creches estão com projetos em andamento? Apesar de poucos dias de administração, a produção desse auxiliar é nula, exceto o excesso de perseguições. Saindo, não fará falta!