Santo Antônio pede indenização pela enchente

Empresa diz que, ao atender a pedido ONS para reduzir o nível do reservatório, a estrutura que desvia os troncos do Rio Madeira prejudicou as turbinas.

Publicada em 21 de November de 2014 às 12:41:00

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai analisar nas próximas semanas um pedido da Santo Antônio Energia para recompor prejuízos causados pela cheia histórica do Rio Madeira. O argumento da empresa é que, ao atender ao pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para reduzir o nível do reservatório, a estrutura que desvia os troncos do rio para um vertedouro próprio se rompeu e comprometeu o rendimento das turbinas.

Uma das características do Rio Madeira é que no período de chuvas o nível de água sobe e arrasta por todo seu curso grandes quantidade de troncos e resto de madeira. Por causa disso, as hidrelétricas existentes no rio tiveram de construir grandes estruturas, formadas por boias e grades de ferro, para desviar os materiais por um canal específico.

O diretor-presidente da concessionária, Eduardo de Melo Pinto, afirma que, quando foi obrigado a diminuir o volume de água no reservatório e parar a operação da usina em fevereiro deste ano, essa estrutura foi danificada e os troncos de madeira, galhos e sedimentos se espalharam pelo reservatório. O resultado foi o acúmulo de sujeita na tomada d´água da usina. “Isso formou uma barragem na casa de força, apenas removida depois de uma dragagem”, diz Melo.


A consequência teria sido a redução do rendimento das máquinas da hidrelétrica, que ficou parada dois meses. O diretor da Aneel, André Pepitone, afirma que foi encomendado um relatório externo para avaliar a dimensão do problema na operação da usina. O documento, diz ele, já está praticamente pronto e o assunto pode ser colocado em pauta na reunião de diretoria da agência em breve.

Se a Aneel entender que a justificativa procede, a Santo Antônio terá direito à devolução de alguns milhões de reais pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

( Estadão /Veja)