Elevação dos números de internações de adolescentes por estresse e ansiedade

A adolescência é geralmente aquela fase que os pais mais temem viver com seus filhos

Fonte: Dra. Andréa Ladislau - Publicada em 16 de agosto de 2024 às 19:13

 Elevação dos números de internações de adolescentes por estresse e ansiedade

Essa semana uma reportagem trouxe dados alarmantes em relação à saúde mental na adolescência. Segundo os dados, o número de internações de adolescentes por estresse e ansiedade cresceram 136% nos últimos 10 anos. Uma grave e triste constatação que nos faz voltar o olhar para esse período tão sensível da vida.

A adolescência é geralmente aquela fase que os pais mais temem viver com seus filhos. Apesar de já terem passado por essa etapa da vida, sempre fica aquela sensação de desconforto e insegurança de como enfrentar o momento, já que as maiores preocupações são depositadas neste período, onde até as relações ficam mais complicadas. 

Essa fase consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta e é fundamentada por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

A fase da adolescência, sem dúvida, é a mais desafiadora. Motivo pelo qual, os adolescentes demandam um maior apoio dos pais para conseguir lidar com todas as transformações.  É um período em que o jovem perde a confiança completa que existia durante a infância, nos pais, quando estes eram os principais modelos a serem seguidos e, portanto, os seus grandes heróis. Passando agora, para a autoconfiança no manejo da vida, à partir de suas próprias ideias e experiências sobre o mundo.

Também é nesse período que eles iniciam a puberdade com visíveis alterações físicas e a vivência do luto pela perda do corpo infantil, da identidade e dos papéis infantis. Ou seja, mais do que nunca, fica claro que a fase da infância precisa ser sedimentada no diálogo e acolhimento familiar, uma vez que uma adolescência saudável começa na infância.

Ao entrar nessa etapa da vida, os jovens estão iniciando a jornada de construção da identidade. E é aqui que experimentam a forma dos sentimentos, percebendo inclusive a necessidade de gerenciar suas emoções. É um período dedicado a formar um ego saudável, pois na juventude focamos em estabelecer quem somos, definindo nossos valores, crenças e metas.

E é exatamente à medida que amadurecemos, que começamos a explorar além das barreiras do ego, expandindo nossa consciência. Por todas essas questões, a dinâmica do jovem evidencia que eles sentem uma forte necessidade de ter, cada vez mais, autonomia. Além de serem obrigados a aprender a se libertar das limitações do ego, que é um passo importante para o seu crescimento pessoal. Reflexões e ações delicadas que explicam a grande dificuldade do jovem em enfrentar e lidar com os “Nãos”, aumentando ainda mais o estresse e a ansiedade.

Portanto, os dados apresentados preocupam e demonstram uma necessidade urgente de novas políticas e abordagens, com foco em comportamento e saúde mental para nossos jovens. Apesar de ser uma época de grandes descobertas, o que vemos na atualidade, são jovens relatando sempre uma sensação de vazio, revolta e falta de sentido na vida.

O que é, facilmente justificado, pela explosão de sentimentos e de transformações no corpo e na mente. Tanto que, estão em eterna busca pelo pertencimento. Precisam se sentir acolhidos, precisam estar em grupos e por este motivo, experimentam diversas tribos para tentar se encaixar e se sentirem aceitos, pertencentes, afim de sair do desamparo e da solidão. Ou seja, diante de seus próprios conflitos, estão sempre em conflito com autoestima, tentando eliminar a insegurança e os medos.

A adolescência, como todas as outras fases do desenvolvimento humano, tem tudo para ser um momento incrível das nossas vidas. Apesar de toda a turbulência no processo de autoconhecimento. No entanto, agora sabemos ainda mais que, vivê-la, pode não ser fácil, mas é preciso encontrar o equilíbrio para estar saudável e leve.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

·      Andrea Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

Elevação dos números de internações de adolescentes por estresse e ansiedade

A adolescência é geralmente aquela fase que os pais mais temem viver com seus filhos

Dra. Andréa Ladislau
Publicada em 16 de agosto de 2024 às 19:13
 Elevação dos números de internações de adolescentes por estresse e ansiedade

Essa semana uma reportagem trouxe dados alarmantes em relação à saúde mental na adolescência. Segundo os dados, o número de internações de adolescentes por estresse e ansiedade cresceram 136% nos últimos 10 anos. Uma grave e triste constatação que nos faz voltar o olhar para esse período tão sensível da vida.

A adolescência é geralmente aquela fase que os pais mais temem viver com seus filhos. Apesar de já terem passado por essa etapa da vida, sempre fica aquela sensação de desconforto e insegurança de como enfrentar o momento, já que as maiores preocupações são depositadas neste período, onde até as relações ficam mais complicadas. 

Essa fase consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta e é fundamentada por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

A fase da adolescência, sem dúvida, é a mais desafiadora. Motivo pelo qual, os adolescentes demandam um maior apoio dos pais para conseguir lidar com todas as transformações.  É um período em que o jovem perde a confiança completa que existia durante a infância, nos pais, quando estes eram os principais modelos a serem seguidos e, portanto, os seus grandes heróis. Passando agora, para a autoconfiança no manejo da vida, à partir de suas próprias ideias e experiências sobre o mundo.

Também é nesse período que eles iniciam a puberdade com visíveis alterações físicas e a vivência do luto pela perda do corpo infantil, da identidade e dos papéis infantis. Ou seja, mais do que nunca, fica claro que a fase da infância precisa ser sedimentada no diálogo e acolhimento familiar, uma vez que uma adolescência saudável começa na infância.

Ao entrar nessa etapa da vida, os jovens estão iniciando a jornada de construção da identidade. E é aqui que experimentam a forma dos sentimentos, percebendo inclusive a necessidade de gerenciar suas emoções. É um período dedicado a formar um ego saudável, pois na juventude focamos em estabelecer quem somos, definindo nossos valores, crenças e metas.

E é exatamente à medida que amadurecemos, que começamos a explorar além das barreiras do ego, expandindo nossa consciência. Por todas essas questões, a dinâmica do jovem evidencia que eles sentem uma forte necessidade de ter, cada vez mais, autonomia. Além de serem obrigados a aprender a se libertar das limitações do ego, que é um passo importante para o seu crescimento pessoal. Reflexões e ações delicadas que explicam a grande dificuldade do jovem em enfrentar e lidar com os “Nãos”, aumentando ainda mais o estresse e a ansiedade.

Portanto, os dados apresentados preocupam e demonstram uma necessidade urgente de novas políticas e abordagens, com foco em comportamento e saúde mental para nossos jovens. Apesar de ser uma época de grandes descobertas, o que vemos na atualidade, são jovens relatando sempre uma sensação de vazio, revolta e falta de sentido na vida.

O que é, facilmente justificado, pela explosão de sentimentos e de transformações no corpo e na mente. Tanto que, estão em eterna busca pelo pertencimento. Precisam se sentir acolhidos, precisam estar em grupos e por este motivo, experimentam diversas tribos para tentar se encaixar e se sentirem aceitos, pertencentes, afim de sair do desamparo e da solidão. Ou seja, diante de seus próprios conflitos, estão sempre em conflito com autoestima, tentando eliminar a insegurança e os medos.

A adolescência, como todas as outras fases do desenvolvimento humano, tem tudo para ser um momento incrível das nossas vidas. Apesar de toda a turbulência no processo de autoconhecimento. No entanto, agora sabemos ainda mais que, vivê-la, pode não ser fácil, mas é preciso encontrar o equilíbrio para estar saudável e leve.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

·      Andrea Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.

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