A catástrofe da violência

Sempre foi assim e, agora, não poderia ser diferente

Valdemir Caldas
Publicada em 15 de janeiro de 2024 às 12:02
A catástrofe da violência

A propaganda oficial até que tentou convencer incautos moradores de que vivemos em uma cidade segura, de que temos aqui a mais bem preparada segurança pública do país, superior, inclusive, a de muitas cidades de primeiro mundo, mas a catástrofe da violência em Porto Velho mostrou que as autoridades estavam erradas. Agora, entramos na fase da retórica, com o anúncio de um pacote de medidas para tentar combater a onda de selvageria que tomou conta da capital do Estado.

Sempre foi assim e, agora, não poderia ser diferente. Quando o assunto ganha notoriedade pelos efeitos espetaculares que produz, começa, então, um debate relâmpago; lançam-se criticas em várias direções e são anunciadas medidas que acabam não sendo executadas. É como se fosse oferecido um paliativo à população e, depois, o esquecimento tem sido o caminho seguido.

Lembro-me que, ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi aprovado um Plano Nacional de Segurança Pública que não conseguiu ir além de promessas mirabolantes. Hoje, diante da constatação de que a situação só se agravou, a opinião pública espera que as medidas aprovadas sejam levadas adiante e colocadas em prática. Não é preciso muita engenhosidade para identificar o descaso com que a questão da violência no Brasil é tratada tanto pelos governos quanto pelos demais poderes da República. Chega de conversa para boi dormir. É preciso que haja responsabilidade e maturidade na tomada de decisão. Até quando a população de Porto Velho vai continuar passando por situação como a de agora, para que se possa perceber os efeitos das medidas de segurança pública?

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