A Madeira Mamoré e os Dormentes

Embora que não tive o prazer de conhece-lo, mas vamos memorizar alguns fatos pesquisados e contados por sua esposa e filhos

Lúcio Albuquerque
Publicada em 17 de outubro de 2023 às 19:30
A Madeira Mamoré e os Dormentes

Aldenir Courinos Lima, radioamador, pesquisador da nossa história 

Como não poderia ser diferente a grande vontade de regatar a preciosa história do meu avô materno grego João COURINOS, nesta foto ilustrativa do meu grande pesquisador Anderson Leno, que traduz o exemplo dos manuseios de entrega de dormentes.

Embora que não tive o prazer de conhece-lo, mas vamos memorizar alguns fatos pesquisados e contados por sua esposa e filhos.

Nos idos anos de 1908, veio da Grécia, Ilha de Creta, para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que na sua primeira investida, teve uma feliz iniciativa, em construir um ramal, no km 192 da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, para realizar ao fabrico de dormentes de madeira de lei Itaúba, para assentamentos dos trilhos da ferrovia. Já que naquela época os dormentes eram importados, naturalmente muito mais dispendiosos para a ferrovia.

Uma afirmativa deste empreendimento, conforme consta no livro reminiscências do saudoso amigo ferroviário Hugo Ferreira artigo “A Madeira-Mamoré e os dormentes” pag. 34: Tempos depois aí por 1920, foi construído um ramal de penetração no km 192, lado do rio, com a extensão de 10 quilômetros, para atender os 60.000 dormentes que eram substituídos em toda a linha.

Esse foi o RAMAL DO COURINOS, que funcionou até quase ao fim da Administração Inglesa e foi demolido no ano de 1940.

Às vezes eu me pergunto, porque nunca mencionaram no histórico da Madeira-Mamoré? Acho que não despertou nenhum interesse, de divulga-lo para ficar no esquecimento o maior e único, na época, no fabrico de dormentes.

Teve seu valor significativo para nós seus descendentes, pois através desse ramal ficaram as lembranças do avô COURINOS, filho de um casal de gregos, que veio muito jovem para Porto Velho Amazonas, trabalhar na construção da Estada de Ferro Madeira Mamoré.

Agora tendo a certeza de tudo sobre esse monumental empreendimento construído e deixado por meu avô, assim decorridos muitos anos só nos resta conceber as saudosas lembranças de um passado tão distante e precioso daqueles que viveram felizes nesta terra e ficaram esquecidos pela nossa história.

Meu avô materno COURINOS, sempre teve disposição e boa vontade de vencer os desafios da vida. Após deixar seu fabrico de dormente, construiu na Vila Presidente Marques, Mato Grosso, hoje Abunã, um engenho de cana de açúcar e seus derivados, movido a tração animal.

Deste investimento, com resultados positivos o fizeram vender após anos ao grego Sr. Caralambos Vassilakis e esse posterior veio comercializá-lo a outro grego Sr. George Gregório Papafanorakis, vejamos as coincidências que foram comercializados de gregos para gregos.

Após a venda do engenho transferiu seu domicilio para Guajará Mirim, construindo o Mercado Público, e comercializando a venda de carne bovina, já que constituiu sociedade de fazendas, com o Sr. Cury, no vizinho país boliviano (Cachoeira Esperanza).

Para realizar este empreendimento realizou junto a prefeitura, que não cobraria os impostos, mediante a uso de 50% do espaço, para alugar aos feirantes. Como também estabeleceu que quando não realizassem o uso, venderia a própria prefeitura, que na ocasião era administrada pelo Sr. Manoel Boucinhas de Menezes.

Após longos anos tentei buscar notícias dos pais e irmã do avô grego Courinos, fomos informados por amigos gregos da Grécia, que todos eram falecidos, de forma que só existem nós aqui, representando a pequena família em numerosos descendentes.

Somos agora uma referência deles que honramos em conter familiarmente o seu sobrenome com muito afeto e carinho.

Assim decorridos muitos anos só nos resta conceber as saudosas lembranças de um passado tão distante e precioso que viveu meu avô, nesta vida terra e ficaram esquecidos pela nossa história, mas mantidos e revividos por nós seus únicos herdeiros.

Comentários

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    Stephany Carantino 08/07/2024

    Olá, tudo bem? Por gentileza, poderiam me colocar em contato com o escritor deste artigo? Me chamo Stephany, moro em SP e meu bisavô grego também veio da ilha de Creta e a princípio trabalhou na Madeira Mamoré. Estou em busca de mais informações. Vou deixar meu telefone 12 9 8144 2990 Abraços

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