O autismo — ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), como é tecnicamente chamado — é uma condição de saúde caracterizada por prejuízos em três importantes áreas do desenvolvimento humano: habilidades socioemocionais, atenção compartilhada e linguagem. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, uma em cada 154 crianças tem transtorno do espectro autista (TEA). Segundo a docente de psicologia da Estácio FAP de Pimenta Bueno, Dayla Duarte, ainda existe muita desinformação em torno do espectro do autismo. 

“É importante desmistificar vários pontos. Por exemplo, não há comprovação de dietas que curem o autismo. A restrição dietética pode piorar a situação nutricional de pacientes que já tenham seletividade alimentar. Outro ponto a ser destacado é que não há comprovação de medicamentos que consigam gerar a fala em pacientes averbais; a terapia fonoaudiológica é o tratamento com a melhor resposta. Com o tempo e a evolução positiva do paciente, o tempo e variedade de terapias pode ser modificado, e eles podem precisar de menos terapias para se manter bem!”, explica a especialista. 

A professora ressalta também alguns sinais que podem dar indícios de que um familiar ou amigo pode possuir a condição do TEA:

• Relacionamento interpessoal afetado;

• Riso inapropriado;

• Poucas demonstrações de dor;

• Gostar de brincar sempre com o mesmo brinquedo ou objeto;

• Dificuldade em focar-se numa tarefa simples e concretizá-la;

• Preferência por ficar só do que brincar com outras crianças;

• Não ter, aparentemente, medo de situações perigosas;

• Dificuldade em expressar seus sentimentos com fala ou gestos;

• Os autistas leves geralmente são muito inteligentes e extremamente sensíveis a mudanças inesperadas.                

“As pessoas acham que se uma criança é inteligente, não é autista. Isso, inclusive, é um mito que não pode continuar sendo propagado. O autista pode ser carinhoso, falar e se relacionar com as pessoas. O que não pode acontecer é esperar anos e anos para procurar diagnóstico. Avaliação multidisciplinar: psicológica, neurológica, fonoaudióloga, psicopedagógico, é essencial para o desenvolvimento do paciente”, ela afirma. 

Já para casos mais severos, a terapia ocupacional, fonoaudiologia, Terapia da Comunicação Facilitada (CF) e outros métodos mais aprofundados podem ser tratamentos viáveis para auxiliar o autista. De qualquer modo, a busca por um profissional de saúde é o primeiro passo para acompanhamento devido a cada caso. 

A Estácio FAP se preocupa com a conscientização de seus estudantes e com a população local sobre o TEA e por isso, no último dia 20, realizou uma palestra e mesa redonda para os profissionais da educação pimenta-buenenses sobre “Inclusão de alunos com Autismo na Escola” em encontro realizado pela Prefeitura de Pimenta Bueno e a Secretaria Municipal de Educação. Participaram do momento a doutoranda Joceli Mota e a psicóloga mestra Dayla Duarte, ambas profissionais da Estácio FAP; e as convidadas Patrícia Pozza, psicóloga, e Emanuele Maria dos Santos, psicopedagoga.

“É muito gratificante para nós, enquanto instituição, ajudar e orientar os profissionais da educação sobre um tema tão importante quanto este. Precisamos trabalhar cada vez mais em prol da conscientização e inclusão social para alunos autistas e tornar a educação mais acessível para todos. Neste sentido, estamos nos esforçando através de projetos de pesquisa, atividades e ações para transformar positivamente a sociedade”, conclui Eliene Ferreira, gestora da Estácio FAP. 

Sobre a Estácio

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