Ação 'Somos Todos Guaporé' retira 3,2 toneladas de resíduos de acampamentos de pesca
“Percebemos que, em muitos acampamentos, as pessoas recolhem o lixo em sacos plásticos, mas infelizmente ainda não os transportam de volta para a cidade, onde a prefeitura realiza a destinação correta”
O projeto “Somos Todos Guaporé” realizou mais uma ação de limpeza e coleta de resíduos abandonados por frequentadores em mais de 80 acampamentos de pesca às margens do rio Guaporé, que faz divisa do Brasil e Bolívia. Foram recolhidas 3,2 toneladas de resíduos, mesmo quantitativo retirado no ano passado. “Percebemos que, em muitos acampamentos, as pessoas recolhem o lixo em sacos plásticos, mas infelizmente ainda não os transportam de volta para a cidade, onde a prefeitura realiza a destinação correta”, sinaliza Adevania Silveira, gerente de Marketing, Comunicação e Investimento Social da Sicoob Credisul e coordenadora da ação.
A iniciativa anual, apoiada pela Sicoob Credisul em parceria com a Prefeitura de Pimenteiras do Oeste, teve início no dia 23 de novembro e encerramento na quinta-feira, 30 de novembro, após a equipe de trabalho percorrer cerca de 150 quilômetros rio acima. Participaram das ações pescadores, acadêmicas de direito da Faculdade Favoo que se voluntariaram, colaboradores da cooperativa e a imprensa de Vilhena que acompanhou o encerramento da ação.
Na quarta-feira, 29 de novembro, Adevania Silveira realizou palestra de conscientização ambiental para alunos das turmas do 6º ano ao 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Inácio de Castro. Na ocasião, foi lançado o concurso de redação com o tema “Rio Guaporé e o que podemos fazer para sua preservação”, com premiações para os professores e alunos. No período da tarde, cerca de 80 crianças da Guarda Mirim e da escola, juntamente com servidores públicos e os gerentes das agências Sicoob Credisul de Cabixi, Davison Bastos, e de Pimenteiras do Oeste, Zarife Campos, realizaram um mutirão para o plantio de 300 mudas de ipê na cidade. A prefeita Valéria Garcia também auxiliou no plantio das mudas. Em seguida, participou junto com os jovens do Festival de Picolé, organizado pela cooperativa.
Voluntária pela primeira vez, a estudante de Direito da Faculdade Favoo, Mariele Lourenço, não escondeu o entusiasmo de participar da ação. “Precisamos incentivar o cuidado com o rio, a preservação da natureza e o ecossistema. Estou bem feliz com a iniciativa da faculdade em abraçar o projeto. Pretendo participar ano que vem novamente e trazer mais colegas”.
Marinete Ribeiro Brito, secretaria de Meio Ambiente, Esporte e Turismo se diz feliz com o resultado da ação, e explica que o município tem trabalhado com coleta seletiva, educação ambiental com as crianças, e realizado mutirões de limpeza na comunidade. “O projeto tem conscientizado a comunidade e os turistas. Percebemos que a cada ano os resíduos têm diminuído”.
O Rio Guaporé possui 1.400km de extensão – ele nasce na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, e tem a sua foz no Rio Mamoré, em Rondônia. Devido à sua riquíssima biodiversidade, é muito procurado por pescadores de todo o País para a prática da pesca esportiva (pesque e solte), principalmente nas regiões da cidade de Cabixi (Vila Neide) e em Pimenteiras do Oeste, onde existem várias pousadas e hotéis-fazenda.
ESTÁ NA LEI
No Brasil, a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 abrange uma ampla gama de condutas prejudiciais ao meio ambiente, incluindo desmatamento, poluição, caça ilegal, pesca predatória, entre outros. Ela estabelece penas proporcionais à gravidade da infração, que podem variar desde multas até detenção, dependendo da extensão do dano causado.
Além disso, a Lei de Crimes Ambientais estabelece a responsabilidade civil e administrativa das pessoas físicas e jurídicas envolvidas em atividades lesivas ao meio ambiente. Isso significa que não apenas indivíduos, mas também empresas e organizações podem ser responsabilizadas e penalizadas por danos ambientais. Essa legislação visa promover a conscientização e a proteção ambiental, buscando garantir a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade. Portanto, é uma ferramenta importante para a preservação do meio ambiente em todo o país.
Pimenteiras do Oeste ainda não possui uma lei específica para ajudar na preservação ambiental, porém órgãos como a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – Sedam realizam palestras de conscientização para a comunidade, pescadores e proprietários de pousadas.
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