Adilson Siqueira é Doutor em Ciência da Informação
“A capacitação humana só tem sentido se estiver voltada para o engrandecimento dos outros seres humanos
Adilson Siqueira orgulha a família Lima Siqueira pelas conqusitas no campo da educação
Comunicador, educador, ativista político, sindicalista, filósofo, teólogo, tradutor e intérprete em Língua Inglesa. Ufa!!! Essas são algumas das qualificações de Adilson Siqueira de Andrade e que no último dia 18 conquistou o título de Doutor em Ciência da Informação – Universidade de São Paulo (USP) – e que teve como orientador o Prof. Dr. Marco Antônio de Almeida. Paraense de Óbidos, Adilson é um orgulho da família Lima Siqueira, no bairro Areal, e se destaca no cenário estadual.
Natural de Óbidos (PA), filho de Arquimedes Machado Siqueira e Maria Siqueira de Andrade, carinhosamente chamada de Dona Nádia. Aos 64 anos, Adilson conquista essa importante vitória em sua trajetória de vida.
Dedicado aos estudos, Adilson cursou até a terceira série primária na Escola Rural Tenente Pedro Muniz, na Vila “Cipoal”, em Óbidos-Pará. Entendendo que teria que prosseguir nos estudos, a família concordou que o mesmo fosse morar em Manaus, na casa do irmão Jacy Andrade, filho do primeiro casamento de sua mãe, onde conclui o ensino fundamental da 1ª fase na Escola Estadual São Luiz Gonzaga, no bairro de São Raimundo.
Buscando o crescimento educacional, Adilson se matricula no Colégio Estadual Antônio Bettencourt, no bairro da Glória, em Manaus, para frequentar e concluir o ensino fundamental da 2ª fase.
Irriquieto, o paraense partiu para estudar e concluir o ensino médio no Colégio Americano “Centro Educacional Batista das Américas”, em Manaus, e ainda conclui o Curso de Tradutor e Intérprete em Língua Inglesa.
FORMAÇÃO SUPERIOR –
Ingressou na Escola Superior de Estudos Filosóficos e Sociais “Colégio Máximo Palatino”, - Sociedade do Apostolado Católico em Santa Maria-RS, padres e irmãs palotinos.
Realizou o seu noviciado em Buenos Aires, Argentina, e concluiu o Curso de Teologia no Centro de Estudos de Comportamento Humano (CENESC/CNBB), em Manaus, tendo validade seu diploma na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Lorena (SP).
Portador dos diplomas em Filosofia e Teologia, partiu em busca do Mestrado e conseguiu o título em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Mas, queria muito mais e no último dia 18 teve coroado seu esforço quando defendeu o Doutorado em Ciência da Informação na Universidade de São Paulo (USP).
CHEGADA EM PORTO VELHO –
Em fevereiro de 1983, desembarca em Porto Velho para passar o carnaval e é acolhido pelo seu tio Francisco Machado Siqueira, pioneiro do bairro Areal, com longa história política e de tradição em Porto Velho, inclusive faz questão de ressaltar sua gratidão pela acolhida e reverencia sua memória, hoje falecido.
Aproveitando a vinda a Porto Velho, Adilson visita o Arcebispo de Porto Velho, Dom José Maria Martins – que o conhecera em Manaus quando ainda era seminarista da Congregação dos Padres e Irmãos Palotinos, quando tinha estudado em Santa Maria (RS).
À época 1982/1983 apresentava, o programa Isto é Igreja, da Arquidiocese de Manaus e trabalhava no Colégio La Salle.
No contato com o Arcebispo, em Porto Velho, em 1983, Dom José conseguiu um contrato para Adilson na Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc), tendo sido lotado para trabalhar no Instituto Educacional Carmela Dutra.
No bairro do Areal, onde residia na casa de seu tio Sivuca, ajudou na fundação da Associação dos Moradores do Bairro do Areal (Amba), tendo inclusive sido seu primeiro presidente.
INGRESSO NA UNIR
Em 1987 fez concurso público simplificado (professor substituto – 1 ano) para a Universidade Federal de Rondônia (Unir) e foi aprovado. Porém, em 1988 fez concurso público para professor da Unir, logrando aprovação, e tomou posse em 1989.
A competência profissional de Adilson era reconhecida pelos gestores da Unir e em 1994 assumiu a Chefia de Gabinete da gestão do Reitor Professor Osmar Siena. Continuou no cargo na gestão da Reitora professora Maria Berenice Alho da Costa Tourinho (2012-2016); prosseguiu na gestão do Reitor Ari Miguel Teixeira Ott ( 2016-1918).
Por vários mandatos, foi membro dos Conselhos Superiores da Unir; presidente do Conselho Curador da Fundação Riomar, o qual promoveu mudanças na primeira diretoria da entidade.
Foi presidente da Associação dos Professores da Unir (Adunir) e membro da direção Nacional do Sindicato Nacional dos Docentes das Universidades Brasileiras (Andes-SN), por duas vezes.
COMUNICADOR
Sempre buscando novos campos de atuação profissional, Adilson iniciou sua trajetória de comunicador na rádio Medianeira, em Santa Maria- (RS) e ao retornar a Manaus apresentou o programa da Diocese de Manaus, chamado “Isto é Igreja” que era reproduzido pela Rede Amazônica de Televisão.
Ao chegar em Porto Velho foi trabalhar na Rádio Caiari, como locutor-apresentador por vários anos e apresentava o programa diário “Na Dança do Povo” de 2h de duração, de segunda a sábado no horário das 22h às 24h e participava como debatedor/entrevistador no programa “A voz do Povo” de segunda-feira a sexta-feira das 12h às 13h.
Pela sua experiência em radiofonia, Adilson era convidado por outras emissoras para debates e entrevistas e suas participações eram consideradas abalisadas e elogiadas pelos ouvintes.
POLÍTICO
Conquista a liderança na comunicação em Porto Velho, Adilson entendeu que o momento (anos 80) era uma oportunidade para buscar uma consolidação política e, para tanto, ajuda na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), inclusive foi candidato a Deputado Constituinte em 1986, não conseguiu se eleger.
Em 1987 colocou seu nome para participar do pleito para vereador de Porto Velho, tendo sido diplomado primeiro suplente do sindicalista Inácio Azevedo, que se elegeu vereador pelo PT.
Não concordando com algumas tomadas de decisões por parte da Executivo Nacional do PT, Adilson se desfiliou, pois não aceitava a indicação de Henrique Meireles para o Banco Central e, para tanto, diversos filiados petistas foram expulsos.
Com a desfiliação do PT e o surgimento, em nível nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Adilson ajuda na construção e consolidação do partido em Rondônia, inclusive – à época trazendo a então senadora Helena e recebeu a missão de se candidatar a governador de Rondônia e, na sequência, prefeito de Porto Velho.
GREVE E DEMISSÃO
Com a liderança popular conquistada em Porto Velho, Adilson é eleito – em 1987m presidente da Associação dos Professores de Porto Velho (APPV), enquanto que a Associação Rondoniense dos Professores (ARP) funcionava como uma Federação, antes da criação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia (Sintero)
Na gestão do então governador Jerônimo Garcia de Santana participou da organização de uma greve de mais de 60 dias no setor educacional, cujo objetivo era reposição salarial e valorização do magistério.
Uma agenda foi marcada para ter uma conversa de negociação com Jerônimo Santana, no Palácio aonde ele despachava (Sudeco). O governador não quis receber o Comando de Negociação de Greve e os servidores forçaram a negociação, tendo fechado os portões até ele receber os professores.
Mas, Jerônimo era considerado vingativo e mesmo tendo recebido o Comando de Greve determinou que fosse instalado um processo disciplinar que durou uma semana e resultou em várias demissões, inclusive a de Adilson.
Um detalhe que Adilson conta é que o diretor da Rádio Caiari e diretor do Departamento de Comunicação Social do Governo do Estado de Rondônia (Decom) era o radialista Everton Leoni, que tentou minha demissão e não pode efetuar por ter estabilidade sindical, visto que Adilson era membro da diretoria do sindicato.
Para cumprir as determinações de Jerônimo Santana, Everton Leoni o coloca na Justiça do Trabalho que, depois de dois anos, o reintegra à Rádio. Depois de sua reintegração e já funcionário da Unir, Adilson conquista a Dedicação Exclusiva (DE) e por não poder ter dois empregos, pede demissão.
Quando foi demitido, sua então companheira estava grávida e ficou sem emprego e salário. Mas, o prefeito Tomás Correia – a quem faz questão de agradecer por tê-lo apoiado no momento mais difícil de sua atuação sindical.
Com a promulgação da Constituição do Estado de Rondônia, em 1989, foii anistiado e o Governo do Estado teve que readmiti-lo e indenizá-lo com todo o atrasado. Em seguida, após a reintegração, também não podendo permanecer em dois cargos, pediu demissão, tanto do governo, quanto da prefeitura.
MENSAGEM
Como filósofo, Adilson deixa uma mensagem para que os leitores possam refletir e procurar ajuda na consolidação de uma sociedade mais justa, humana e fraterna. Eis a mensagem: “A capacitação humana só tem sentido se estiver voltada para o engrandecimento dos outros seres humanos. Precisamos pensar e agir para construir uma sociedade solidária onde o mais importante é o ser e não o ter. O “ter” deve servir como complemento para criar as condições para que a vida possa ser com dignidade”. (.../AQ)
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