Agronegócio nacional cresce, gera empregos e faz comida chegar até os brasileiros
Nenhum setor cresceu tanto quanto o agro durante a pandemia e gerou tantos empregos – foram mais de 150 mil só este ano
Desde o cultivo até a chegada dos alimentos na mesa da população brasileira, o setor agropecuário segue consolidando-se como um dos principais geradores de economia no País e tem ajudado a “engordar” o PIB nacional. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente no primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto deste segmento registrou uma alta de 5,7% sobre o 4º trimestre de 2020 e de 5,2% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Esse resultado faz do agronegócio o setor que mais cresceu no período da pandemia de Covid-19 e amplia ainda mais a participação no índice nacional, passando de 20,5% em 2019 para 26,6% em 2020. Para se ter uma ideia mais clara do que significa esse desempenho em valores reais, o PIB brasileiro totalizou R$ 7,45 trilhões em 2020, sendo que somente o agro corresponde por quase R$ 2 trilhões desse total.
Além disso, esses números deixam o Brasil na posição de um dos maiores produtores de alimentos no mundo, tendo sido menos afetado pela pandemia do que muitos outros países que tiveram escassez de alimentos de 2020 para cá. Outro dado que reforça essa visão é do levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apontando que atualmente o Brasil tem capacidade de produzir alimentos suficientes para abastecer aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo.
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Nas palavras do diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Eduardo Daher, um dos pontos positivos para o agronegócio prosperar em um momento como esse foi a quantidade de produtos oferecidos e as exportações. “O segredo do agronegócio brasileiro é a diversidade de produtos. O Brasil, hoje, fornece uma enorme quantidade de produtos que vão de A à Z, do abacate ao zebu, como se diz popularmente, e distribuímos isso para mais de 170 diferentes destinos. O segredo desse sucesso, então, está nessa diversidade de produtos e diversidade de mercados”, explicou Daher.
Segundo levantamento realizado no segundo trimestre de 2021 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) para 2021 está estimado em R$ 1,11 trilhão, ou seja, é 11,8% superior ao de 2020, que foi de R$ 993,9 bilhões, e significou um marco frente ao ano de 2019, que registrou R$ 651,5 bilhões. Este crescimento foi puxado pela exportação de grãos, mesmo frente à estiagem e as exportações de carne bovina.
Segundo o presidente Executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Paulo Tiburcio, em 2021 “o Brasil tem potencial para atingir uma nova safra recorde e as exportações devem acompanhar essa tendência. Segundo dados do Ipea, as exportações brasileiras do agronegócio no primeiro semestre do ano somaram US$ 61,5 bilhões, alta de 20,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desta forma, ao que tudo indica, devemos registrar um novo recorde”, destacou.
E esse tema é tão relevante que será o assunto principal do 10º Congresso Andav, maior encontro da distribuição de insumos agropecuários do mundo, organizado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) e a Zest Eventos. O congresso vai ser realizado de forma 100% digital entre os dias 11 a 13 de agosto, com uma programação que incorpora atrações e conteúdos exclusivos, apresentados por grandes nomes do mercado – em transmissões ao vivo ao longo dos três dias de realização.
Crescimento na oferta de empregos
E com todo esse volume de dinheiro circulando pelo setor do agronegócio, junto crescem também as ofertas de trabalho. Segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho formal segue avançando na geração de empregos e, em junho, registrou criação líquida de 309.114 novos postos de trabalho, acima dos 280.666 gerados em maio.
O saldo de empregos, divulgado pelo Ministério da Economia, decorreu de 1.601.001 admissões e de 1.291.887 desligamentos no mês. Em junho de 2020, o País tinha registrado perda líquida de 10.984 vagas devido aos efeitos negativos da pandemia da Covid-19 sobre o mercado de trabalho.
Então, o avanço da vacinação por todo o País e a flexibilização das restrições de circulação de pessoas seguem sendo um ponto de grande contribuição para o resultado. Em razão disso, entre os setores da economia, a agropecuária gerou mais de 38 mil vagas, sendo que no acumulado no primeiro semestre do ano, o número de novas vagas com carteira assinada no país alcançou a marca de 151.252 novos empregos.
E aqui é importante destacar que para o setor do agronegócio estar com toda essa potência, foi preciso contar com uma base de apoio que não pode ser dissociada deste sucesso: os serviços de distribuição, produtos para cultivo, entre outros. É isso o que afirma o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi.
“Quando a gente fala de agronegócio, significa dizer antes da porteira, com o setor de insumos (fertilizantes, medicamentos e tudo aquilo que é preciso para o processo produtivo); tem a produção primária, que aí são todos os produtores rurais independente do porte e do perfil que eles produzem; tem a agroindústria ou indústria de processamento, que é quem recebe esses produtos e beneficia; e tem o setor de distribuição que é o último ponto e vai direto ao consumidor”, ressaltou Lucchi.
Vale ressaltar que no acumulado do primeiro semestre de 2020, apenas a Agropecuária registrou criação líquida de empregos (62.419), todos os demais setores da economia perderam postos de trabalho no período.
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