Alexandre de Moraes, o pavor de Jair Bolsonaro
De aliado da tortura a réu da história, Bolsonaro agora encara Moraes como seu verdadeiro pavor
Jair Bolsonaro, de costas, e Alexandre de Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)
Em 2016, durante a votação do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o então deputado federal Jair Bolsonaro proferiu uma frase que ecoou como apologia à tortura: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff".
A declaração, carregada de simbolismo político e histórico, evocava a ditadura militar brasileira (1964-1985) e a figura de Ustra, um dos mais notórios torturadores do regime, segundo relatórios como o da Comissão Nacional da Verdade.
A frase de Bolsonaro foi interpretada como uma provocação direta a Dilma, que sofreu torturas durante o regime, e gerou intensos debates sobre memória, trauma e polarização política.
Como já disseram, o tempo é o senhor da razão. Constrói impérios, faz nascer ídolos, instiga ideologias, para depois escrever a história. O tempo não tem lado nem pressa. Quem controla o tempo do tempo é a natureza das coisas.
Na perspectiva do poeta romano Lucrécio, essa natureza é composta por átomos movendo-se no vazio, regidos por leis naturais. Já para pensadores como Aristóteles, a "natureza" de algo é sua physis, sua essência intrínseca que determina seu propósito e comportamento.
Para nós, indivíduos comuns, que sofremos com os efeitos e consequências da sociedade, o tempo é um senhor, ou senhora, que trabalha escavando em uma mina escura, ou talvez pescando em um lago verde-claro, pode estar vendendo quinquilharias em uma feira, plantando trigo ou fazendo o pão.
O tempo, talvez, seja um vingador silencioso, carregando um livro de débitos. Ele não perdoa os inadimplentes da história. Jair Bolsonaro, que outrora evocou Ustra para desafiar adversários, hoje enfrenta as consequências de suas ações, com a Justiça personificada por Moraes cobrando o que é devido.
Chegou a hora de o inadimplente pagar na Justiça por tudo o que cometeu contra todos, mesmo contra quem se sente ‘abençoado’ por ele. Que a mão forte da Justiça lhe caia impiedosa e certeira, para que não se levantem mais vozes contra a nossa democracia.
Ricardo Mezavila
Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.
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