AO GESSI TABORDA, IN MEMORIAM

Muitos que acompanham meu trabalho redacional são enfáticos ao afirmar que escrevo com a alma. Mas, aqui, tenham certeza que não escrevo com a alma, mas é a própria alma que escreve. Que Deus nos conforte a todos

Edson Lustosa
Publicada em 21 de novembro de 2020 às 15:38
AO GESSI TABORDA, IN MEMORIAM

Bocudo, exagerado, carrancudo... se eu fosse enumerar os defeitos do Gessi Taborda, escreveria um livro. Mas, se fosse falar de suas qualidades, escreveria dois livros. Não que fossem em número dobrado, mas porque me deteria  em aprofundada análise de cada uma de duas delas, que chamam a atenção pela raridade nos dias atuais. 

Não falaria da qualidade de seus textos, nem tampouco de seu pioneirismo no webjornalismo, tais temas prefiro deixar como sugestão para monografias dessa meninada talentosa que, corajosamente, ainda opta pela graduação em jornalismo. Falaria de duas qualidades primordiais: o amigo incondicional e o pai extremoso.

Em verdade acredito estar inaugurando essa expressão, pai extremoso, visto que é mais comum vermos falar em mães extremosas. Mas não encontro outra expressão para falar do chefe de família que o Taborda foi. Conhece-se a árvore pelos frutos. Não por acaso, desenvolvi ao longo da convivência sincera amizade por dois de seus filhos, o mestre biólogo Roger, que vim reencontrar agora, neste infortúnio. E o Aldrin, jornalista, por ofício e formação, e hoje auditor do Tribunal de Contas, fazendo uso de sua formação em direito.

Em momentos de dificuldade pessoal, em momentos de necessidade de acesso a uma mídia independente para defender direitos vilipendiados, encontrei no velho Taborda e seu jornal impresso Imprensa Popular a acolhida necessária. Ensinou-me muito nessa coisa da amizade, por vezes com o uso de uma pedagogia paternal. São coisas que ficam para sempre na lembrança da gente.

Destarte, falta-me, necessariamente, o distanciamento necessário para escrever com o devido profissionalismo acerca desse colega que partiu. Traço, assim, poucas linhas. Mas verdadeiras. Muitos que acompanham meu trabalho redacional são enfáticos ao afirmar que escrevo com a alma. Mas, aqui, tenham certeza que não escrevo com a alma, mas é a própria alma que escreve. Que Deus nos conforte a todos.

Comentários

  • 1
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    Francisco Xavier Gomes 22/11/2020

    Com a partida do Taborda, o jornalismo e a cultura de Rondônia ficam muito menores. Que o talentoso parceiro de labuta siga em paz e tenha o descanso eterno!!!!

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