Ao menos 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas com presença de facções ou milícias, aponta pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Levantamento encomendado em parceria com a Folha de S. Paulo junto ao Instituto Datafolha ouviu 2.045 pessoas em 145 cidades

Fonte: Assessoria/Foto: © Tânia Regô/Agência Brasil - Publicada em 02 de setembro de 2024 às 20:51

Ao menos 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas com presença de facções ou milícias, aponta pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

São Paulo, setembro de 2024 – Ao menos 23,5 milhões de brasileiros com idade acima de 16 anos vivem atualmente em áreas com forte presença de facções criminosas ou milícias. A estimativa é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a partir dos dados da Pesquisa de Vitimização e Percepção Sobre Violência e Segurança Pública, encomendada pela entidade e pelo jornal Folha de S. Paulo junto ao Instituto Datafolha. Os dados também apontam que 14 milhões de pessoas reconhecem a existência de cemitérios clandestinos em suas cidades, enquanto outros 10 milhões tiveram um parente ou um conhecido que desapareceu ao longo dos últimos 12 meses.

“Esses dados demonstram o impacto da presença do crime organizado no dia a dia dos brasileiros, sobretudo nas grandes cidades, o que têm despertado atenção maior de jovens e adultos da faixa etária entre 16 e 24 anos”, explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo ele, essa percepção também ocorre em cidades do interior que se transformaram em pontos estratégicos da cadeia de distribuição de drogas e outros negócios ilícitos das duas principais facções criminosas do país. “O Estado brasileiro está diante de um imenso desafio, que passa pela retomada do controle sobre territórios, a identificação do caminho percorrido pelo dinheiro desses grupos nacionais e transnacionais e também pelo controle de produtos do crime a partir do rastreamento de mercadorias utilizadas para lavagem de recursos”.

O diretor-presidente do FBSP também diz que é importante avaliar uma correlação entre os dados de cemitérios clandestinos e pessoas desaparecidas, percebidos por 8,5% e 6,2% dos entrevistados pelo Datafolha, respectivamente. “A existência de cemitérios clandestinos está, muito provavelmente, correlacionada ao número de pessoas desaparecidas e à presença de facções e milícias nos territórios. Isso traz um problema grande para as autoridades públicas, que apostam em uma queda do número de homicídios, quando na verdade os dados podem estar sendo mascarados por desaparecimentos forçados, ou seja, pessoas que são retiradas de seu convívio familiar pelo acerto de contas com o crime organizado ou outras situações”.

Vigilância privada e Cracolândias

A pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança e pela Folha de S. Paulo junto ao Datafolha ouviu 2.045 pessoas em 145 municípios do país, entre os dias 11 e 17 de junho, e também abordou temas como vigilância privada, presença de Cracolândias, abordagens das PMs, violência contra a mulher, além de recolher informações sobre crimes digitais e hábitos das pessoas no uso de celulares. As estimativas foram realizadas a partir do percentual dos resultados obtidos em cada uma das ocorrências, tendo como base as projeções do Censo 2024 do IBGE.

O levantamento aponta que 18% dos entrevistados, ou cerca de 30 milhões de pessoas, vivem em bairros que contam com a oferta de serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga. A prestação desse tipo de serviço é maior entre os entrevistados que ganham mais de 10 salários mínimos (28,4% do total) e menor entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (16,2%). Os dados também mostram que a presença de policiais prestando serviços de vigilância privada no horário de folga aumenta em 45% a chance de a pessoa presenciar ou ser vítima de violência policial.

“A participação de agentes públicos na gestão de empresas de segurança ou na prestação direta de serviços de proteção é proibida pelas organizações policiais brasileiras. Entretanto, é um fenômeno disseminado”, aponta o pesquisador Cléber Lopes, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Governança da Segurança (LEGS). “Eles podem prestar serviços sem grandes riscos trabalhistas, afinal, a ilegalidade do bico inibe a busca por direitos trabalhistas. Além disso, oferecem recursos que não estão disponíveis às suas contrapartes privadas (os vigilantes), como o porte de arma, o treinamento, o contato privilegiado com outros policiais e o poder legal para impor a lei. São vistos como portadores de soluções ‘mágicas’ para problemas de segurança”.

Do total de respondentes, 11,5%, mais de 19 milhões de pessoas, relataram ter sido roubados ou assaltados no transporte, no trabalho ou em casa ao longo de 12 meses. Outros 16,5%, ou cerca de 28 milhões de pessoas, afirmam que convivem com Cracolândias, ou áreas de uso de drogas a céu aberto, em seu trajeto para casa, trabalho ou escola. Os entrevistados também foram questionados se testemunharam algum tipo de abordagem violenta por parte da Polícia Militar: 14,3% das respostas foram positivas, o que indica um universo de quase 24 milhões de pessoas.

Violência contra as mulheres

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também se preocupou em compreender um fenômeno que aflige a sociedade brasileira, que é a violência contra as mulheres. Para se ter uma ideia do problema, o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou que todos os registros de violência contra as mulheres brasileiras cresceram no ano de 2023, a partir de dados públicos disponibilizados pelos entes federativos.

Diante desse quadro, os pesquisadores do Datafolha foram a campo e constataram que 26,8% dos entrevistados conhecem alguma mulher que sofreu violência doméstica por parte do parceiro íntimo (como namorado, marido, companheiro ou ex). Em números absolutos, isso indica um universo de mais de 24 milhões de mulheres brasileiras que sofreram agressão física entre junho de 2023 e junho de 2024, o que daria uma média de 6.790 agressões físicas por dia.

Trata-se de um número superior ao coletado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública junto aos órgãos de segurança, que apontaram 258.941 registros de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica, com vítimas mulheres, em 2023.

“Ainda que não sejam exatamente comparáveis (em razão de diferenças na coleta e na definição da violência), esses dois dados demonstram claramente a insuficiência das estatísticas oficiais para medir o fenômeno da violência contra mulheres, confirmam a importância de pesquisas de vitimização e, além disso, reforçam a necessidade da expansão e aprimoramento de políticas públicas de proteção às mulheres”, destaca Isabella Matosinhos, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Prejuízos financeiros e hábitos com celulares

A pesquisa também estimou o prejuízo com crimes virtuais e roubos de celulares no Brasil, que ultrapassou a cifra de R$ 186 bilhões nos últimos 12 meses. Os resultados apontam ainda para uma mudança na dinâmica criminal no país: os crimes digitais agora já superam os físicos. Para se ter ideia, dos 13 crimes patrimoniais prevalentes no Brasil, as modalidades cibernéticas aparecem no topo, causando prejuízo de cerca de R$ 25 bilhões no período analisado. Fora do ambiente digital, os roubos e furtos de celulares continuam em alta, atingindo quase 15 milhões de vítimas, com prejuízo estimado de R$ 22 bilhões. Foram, em média, 1.680 aparelhos subtraídos por hora no país. Mais de 8 milhões de pessoas relatam que seus celulares foram clonados ou utilizados indevidamente por terceiros para a aplicação de golpes na internet.

Além dos prejuízos financeiros, a pesquisa também buscou compreender como os brasileiros usam os celulares em seu dia a dia. No universo analisado, 85% das pessoas declararam ter um smartphone, ou seja, cerca de 142 milhões brasileiros. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas, mas alcança patamar mais alto na faixa dos 16 aos 24 anos (93%) e entre os que têm de 25 a 34 anos (96%, ante 65% entre os que têm 60 anos ou mais); também é maior na faixa de renda familiar de mais de 5 a 10 salários mínimos (98%) e acima de 10 salários mínimos (96%, ante 78% entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos).

Da parcela que detém a propriedade de celular smartphone, 81% possuem algum aplicativo de banco no dispositivo, 61% declaram que efetuam transações bancárias pela internet e 55% fazem compras pela rede; outros 77% são donos de conta em alguma rede social. Da parcela que tem smartphone, 54% costumam usar o aparelho enquanto caminham pelas ruas, mas 53% declararam evitar circular em determinadas áreas da cidade em certos horários. Outros 21% declararam possuir seguro de proteção contra roubo ou furto de celular e 20%, contra golpes envolvendo aplicativos de banco, Pix e cartão de crédito.

Da parcela que possui aplicativo de banco no smartphone, um terço (34%) costuma deixar o smartphone em casa ou em algum lugar seguro quando sai para a rua. Nesse caso, o índice é mais alto entre os que têm 60 anos ou mais (43%, ante 30% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os menos instruídos (42%), entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (40%). E ainda 33% destacaram que costumam ocultar ou desinstalar aplicativos de banco, loja ou serviços como forma de segurança.

Sobre o FBSP  

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. Composto por profissionais de diversos segmentos (policiais, peritos, guardas municipais, operadores do sistema de justiça criminal, pesquisadores acadêmicos e representantes da sociedade civil), o FBSP tem por foco o aprimoramento técnico da atividade policial e da governança democrática da segurança pública. O FBSP faz uma aposta radical na transparência e na aproximação entre segmentos enquanto ferramentas de prestação de contas e de modernização da segurança pública.  

Ao menos 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas com presença de facções ou milícias, aponta pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Levantamento encomendado em parceria com a Folha de S. Paulo junto ao Instituto Datafolha ouviu 2.045 pessoas em 145 cidades

Assessoria/Foto: © Tânia Regô/Agência Brasil
Publicada em 02 de setembro de 2024 às 20:51
Ao menos 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas com presença de facções ou milícias, aponta pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
  • Os dados apontam também que 14 milhões de pessoas reconhecem a existência de cemitérios clandestinos em suas cidades
  • Outros 10 milhões de pessoas tiveram um parente ou um conhecido que desapareceu ao longo de um período de 12 meses
  • 30 milhões de pessoas declararam viver em bairros que contam com serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga
  • Segundo a pesquisa, 6.790 mulheres foram agredidas a cada dia no Brasil, muito acima do que mostram as estatísticas oficiais
  • 16,5% da população convive diariamente com “Cracolândias” em seus trajetos entre casa e trabalho e/ou casa e escola;
  • 142 milhões de brasileiros com mais de 16 anos de idade declararam ter um smartphone capaz de acessar aplicativos de bancos ou redes sociais

São Paulo, setembro de 2024 – Ao menos 23,5 milhões de brasileiros com idade acima de 16 anos vivem atualmente em áreas com forte presença de facções criminosas ou milícias. A estimativa é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a partir dos dados da Pesquisa de Vitimização e Percepção Sobre Violência e Segurança Pública, encomendada pela entidade e pelo jornal Folha de S. Paulo junto ao Instituto Datafolha. Os dados também apontam que 14 milhões de pessoas reconhecem a existência de cemitérios clandestinos em suas cidades, enquanto outros 10 milhões tiveram um parente ou um conhecido que desapareceu ao longo dos últimos 12 meses.

“Esses dados demonstram o impacto da presença do crime organizado no dia a dia dos brasileiros, sobretudo nas grandes cidades, o que têm despertado atenção maior de jovens e adultos da faixa etária entre 16 e 24 anos”, explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo ele, essa percepção também ocorre em cidades do interior que se transformaram em pontos estratégicos da cadeia de distribuição de drogas e outros negócios ilícitos das duas principais facções criminosas do país. “O Estado brasileiro está diante de um imenso desafio, que passa pela retomada do controle sobre territórios, a identificação do caminho percorrido pelo dinheiro desses grupos nacionais e transnacionais e também pelo controle de produtos do crime a partir do rastreamento de mercadorias utilizadas para lavagem de recursos”.

O diretor-presidente do FBSP também diz que é importante avaliar uma correlação entre os dados de cemitérios clandestinos e pessoas desaparecidas, percebidos por 8,5% e 6,2% dos entrevistados pelo Datafolha, respectivamente. “A existência de cemitérios clandestinos está, muito provavelmente, correlacionada ao número de pessoas desaparecidas e à presença de facções e milícias nos territórios. Isso traz um problema grande para as autoridades públicas, que apostam em uma queda do número de homicídios, quando na verdade os dados podem estar sendo mascarados por desaparecimentos forçados, ou seja, pessoas que são retiradas de seu convívio familiar pelo acerto de contas com o crime organizado ou outras situações”.

Vigilância privada e Cracolândias

A pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança e pela Folha de S. Paulo junto ao Datafolha ouviu 2.045 pessoas em 145 municípios do país, entre os dias 11 e 17 de junho, e também abordou temas como vigilância privada, presença de Cracolândias, abordagens das PMs, violência contra a mulher, além de recolher informações sobre crimes digitais e hábitos das pessoas no uso de celulares. As estimativas foram realizadas a partir do percentual dos resultados obtidos em cada uma das ocorrências, tendo como base as projeções do Censo 2024 do IBGE.

O levantamento aponta que 18% dos entrevistados, ou cerca de 30 milhões de pessoas, vivem em bairros que contam com a oferta de serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga. A prestação desse tipo de serviço é maior entre os entrevistados que ganham mais de 10 salários mínimos (28,4% do total) e menor entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (16,2%). Os dados também mostram que a presença de policiais prestando serviços de vigilância privada no horário de folga aumenta em 45% a chance de a pessoa presenciar ou ser vítima de violência policial.

“A participação de agentes públicos na gestão de empresas de segurança ou na prestação direta de serviços de proteção é proibida pelas organizações policiais brasileiras. Entretanto, é um fenômeno disseminado”, aponta o pesquisador Cléber Lopes, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Governança da Segurança (LEGS). “Eles podem prestar serviços sem grandes riscos trabalhistas, afinal, a ilegalidade do bico inibe a busca por direitos trabalhistas. Além disso, oferecem recursos que não estão disponíveis às suas contrapartes privadas (os vigilantes), como o porte de arma, o treinamento, o contato privilegiado com outros policiais e o poder legal para impor a lei. São vistos como portadores de soluções ‘mágicas’ para problemas de segurança”.

Do total de respondentes, 11,5%, mais de 19 milhões de pessoas, relataram ter sido roubados ou assaltados no transporte, no trabalho ou em casa ao longo de 12 meses. Outros 16,5%, ou cerca de 28 milhões de pessoas, afirmam que convivem com Cracolândias, ou áreas de uso de drogas a céu aberto, em seu trajeto para casa, trabalho ou escola. Os entrevistados também foram questionados se testemunharam algum tipo de abordagem violenta por parte da Polícia Militar: 14,3% das respostas foram positivas, o que indica um universo de quase 24 milhões de pessoas.

Violência contra as mulheres

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também se preocupou em compreender um fenômeno que aflige a sociedade brasileira, que é a violência contra as mulheres. Para se ter uma ideia do problema, o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou que todos os registros de violência contra as mulheres brasileiras cresceram no ano de 2023, a partir de dados públicos disponibilizados pelos entes federativos.

Diante desse quadro, os pesquisadores do Datafolha foram a campo e constataram que 26,8% dos entrevistados conhecem alguma mulher que sofreu violência doméstica por parte do parceiro íntimo (como namorado, marido, companheiro ou ex). Em números absolutos, isso indica um universo de mais de 24 milhões de mulheres brasileiras que sofreram agressão física entre junho de 2023 e junho de 2024, o que daria uma média de 6.790 agressões físicas por dia.

Trata-se de um número superior ao coletado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública junto aos órgãos de segurança, que apontaram 258.941 registros de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica, com vítimas mulheres, em 2023.

“Ainda que não sejam exatamente comparáveis (em razão de diferenças na coleta e na definição da violência), esses dois dados demonstram claramente a insuficiência das estatísticas oficiais para medir o fenômeno da violência contra mulheres, confirmam a importância de pesquisas de vitimização e, além disso, reforçam a necessidade da expansão e aprimoramento de políticas públicas de proteção às mulheres”, destaca Isabella Matosinhos, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Prejuízos financeiros e hábitos com celulares

A pesquisa também estimou o prejuízo com crimes virtuais e roubos de celulares no Brasil, que ultrapassou a cifra de R$ 186 bilhões nos últimos 12 meses. Os resultados apontam ainda para uma mudança na dinâmica criminal no país: os crimes digitais agora já superam os físicos. Para se ter ideia, dos 13 crimes patrimoniais prevalentes no Brasil, as modalidades cibernéticas aparecem no topo, causando prejuízo de cerca de R$ 25 bilhões no período analisado. Fora do ambiente digital, os roubos e furtos de celulares continuam em alta, atingindo quase 15 milhões de vítimas, com prejuízo estimado de R$ 22 bilhões. Foram, em média, 1.680 aparelhos subtraídos por hora no país. Mais de 8 milhões de pessoas relatam que seus celulares foram clonados ou utilizados indevidamente por terceiros para a aplicação de golpes na internet.

Além dos prejuízos financeiros, a pesquisa também buscou compreender como os brasileiros usam os celulares em seu dia a dia. No universo analisado, 85% das pessoas declararam ter um smartphone, ou seja, cerca de 142 milhões brasileiros. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas, mas alcança patamar mais alto na faixa dos 16 aos 24 anos (93%) e entre os que têm de 25 a 34 anos (96%, ante 65% entre os que têm 60 anos ou mais); também é maior na faixa de renda familiar de mais de 5 a 10 salários mínimos (98%) e acima de 10 salários mínimos (96%, ante 78% entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos).

Da parcela que detém a propriedade de celular smartphone, 81% possuem algum aplicativo de banco no dispositivo, 61% declaram que efetuam transações bancárias pela internet e 55% fazem compras pela rede; outros 77% são donos de conta em alguma rede social. Da parcela que tem smartphone, 54% costumam usar o aparelho enquanto caminham pelas ruas, mas 53% declararam evitar circular em determinadas áreas da cidade em certos horários. Outros 21% declararam possuir seguro de proteção contra roubo ou furto de celular e 20%, contra golpes envolvendo aplicativos de banco, Pix e cartão de crédito.

Da parcela que possui aplicativo de banco no smartphone, um terço (34%) costuma deixar o smartphone em casa ou em algum lugar seguro quando sai para a rua. Nesse caso, o índice é mais alto entre os que têm 60 anos ou mais (43%, ante 30% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os menos instruídos (42%), entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (40%). E ainda 33% destacaram que costumam ocultar ou desinstalar aplicativos de banco, loja ou serviços como forma de segurança.

Sobre o FBSP  

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. Composto por profissionais de diversos segmentos (policiais, peritos, guardas municipais, operadores do sistema de justiça criminal, pesquisadores acadêmicos e representantes da sociedade civil), o FBSP tem por foco o aprimoramento técnico da atividade policial e da governança democrática da segurança pública. O FBSP faz uma aposta radical na transparência e na aproximação entre segmentos enquanto ferramentas de prestação de contas e de modernização da segurança pública.  

Comentários

    Seja o primeiro a comentar

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook