Audiência pública promovida pela Defensora Pública Flávia Albaine debate sobre matrículas automáticas para o ano letivo de 2021

De forma online, a comunidade local de Colorado do Oeste e diversos especialistas conversaram sobre os prós e os contras das matrículas automáticas

Assessoria
Publicada em 01 de dezembro de 2020 às 10:16
Audiência pública promovida pela Defensora Pública Flávia Albaine debate sobre matrículas automáticas para o ano letivo de 2021

Na última quinta-feira, dia 26 de novembro, a defensora pública e criadora do projeto Juntos pela Inclusão Social, Flávia Albaine, reuniu de forma virtual a comunidade de Colorado do Oeste e autoridades convidadas para, juntos, discutirem sobre as matrículas automáticas para o ano letivo de 2021.

“Esse é um assunto que tem gerado muita preocupação entre os pais e profissionais da educação, por isso, precisávamos debater com as autoridades para analisar o melhor caminho a ser tomado”, conta a defensora.

Os pais, profissionais da educação, APAE Colorado, Secretaria Municipal de Educação, Conselho Tutelar e Conselho Municipal de Educação ficaram por mais de duas horas conversando e analisando os pontos positivos e negativos do tema.

Segundo a professora da rede pública Sandra Valéria, foi percebido que muitas crianças deixaram as atividades em branco ou os próprios pais as fizeram pelos filhos durante esse período da pandemia, o que pode prejudicar a progressão automática.

“Se as crianças não conseguiram desenvolver as habilidades anteriores, como vão conseguir avançar para as de 2021? Temos essa preocupação e estamos discutindo com a equipe pedagógica e com os professores sobre quais os alunos que conseguiram alcançar essas habilidades mínimas e, assim, estão aptos para prosseguir”, explica.

Nesse sentido, ela enxerga o cenário como uma balança com pais de um lado querendo a facilidade da matrícula automática e outros preocupados com isso, pois sabem que pode prejudicar as habilidades de aprendizagem dos filhos.

“A escola está fazendo todos os esforços, usando todos os recursos e vamos trabalhar agora no mês de dezembro com a recuperação para as crianças que não alcançaram a média mínima 6 (seis). Mesmo assim, se eles não conseguirem, vamos levar essa discussão para o Conselho Escolar e tomarmos uma decisão juntamente aos pais. Esperamos ter um número de aprovação satisfatória, entretanto, não podemos negar que também teremos alunos que ficarão retidos nesse ano de 2020”, esclarece Sandra.

Matrículas automáticas desde que a nota média seja atingida

O alunos da rede municipal de Colorado do Oeste regularmente matriculados no ano de 2020, excepcionalmente terão rematrícula automática para o ano de 2021.

A rematrícula dos estudantes da rede municipal, que continuarão na mesma rede no ano de 2021, será de forma automática.

Isso porque a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) optou por esse sistema por medida de segurança no enfrentamento do contágio da Covid-19.

No entanto, Valdicéia Balbinot, Coordenado Municipal de Educação de Colorado do Oeste, ressalta que as matrículas novas permanecem sendo realizadas presencialmente pelos pais ou responsáveis legais, no local de pretensão de vagas, mediante prévio agendamento junto à Secretaria de cada escola municipal.

“A SEMEC informa ainda que os alunos serão aprovados de acordo com as suas produções, sendo necessária obter média mínima 6,0 (seis) no ano em curso ou em estudos de recuperação para alcançar a promoção para a série seguinte”, pontua.

Para Flávia Albaine, a educação é um dos direitos fundamentais mais importantes, pois é através dela que a pessoa criará condições para a conquista de outros direitos.

“A situação das matrículas automáticas estava preocupando demais a comunidade local, tendo em vista que, no contexto de pandemia, alguns alunos tiveram os seus aprendizados prejudicados. Por isso, é importante realizarmos eventos como esse, onde especialistas da área poderão prestar esclarecimentos para a população. Eu mesma aprendi muito com tudo o que foi dito. Entendi que diante do cenário que se apresenta, não podemos nos precipitar e dizer para os pais que os filhos vão ou não ser retidos. Vários municípios do estado de RO estão nesse momento de amadurecimento, debate e discussão para decidir o melhor caminho a ser tomado”, finaliza. 

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