Autópsia em mortos com coronavírus vão usar técnica menos invasiva
Intenção é proteger profissionais de saúde
Jacqueline Goes de Jesus, uma das cientistas do Brasil que concluiu o sequenciamento do DNA do coronavírus.© Reuters / Rahel Patrasso / Direitos Reservados
As confirmações de morte pelo novo coronavírus utilizaram uma nova técnica, menos invasiva, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Para o procedimento, é feita uma pequena incisão da pele que permite acessar os órgãos e tecidos internos visualizados com dispositivos de imagem. A intenção é proteger os profissionais de saúde, possibilitando o mínimo contato com os corpos para evitar o contágio.
O protocolo deverá ser implementado no Hospital das Clínicas, vinculado a FM-USP, que assim como os outros hospitais que atenderem os doentes, devem ser responsáveis por confirmar as mortes causadas pelo vírus. As análises permitirão ainda a coleta e o armazenamento de amostras que permitirão mais estudos e melhor compreensão da ação da doença.
A técnica usa um equipamento portátil de ultrassom do tamanho de um tablet. A ferramenta, usada pelo exército norte-americano para confirmar mortes por febre amarela em zonas de conflito, foi adquirido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Com ele, é possível visualizar os órgãos internos e coletar amostras de tecido para análise.
Os protocolos foram usados pela primeira vez no Brasil em 2018, durante o surto de febre amarela. Na época, foram feitas 60 autópsias usando a técnica.
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