Avanços no tratamento do linfoma de Hodgkin são cada vez mais promissores com a terapia-alvo

A linha terapêutica foi adotada no Brasil em janeiro de 2015 como uma opção para pacientes com linfoma de Hodgkin

Luccas Sanches - Assessoria
Publicada em 04 de janeiro de 2018 às 16:10
Avanços no tratamento do linfoma de Hodgkin são cada vez mais promissores com a terapia-alvo

O câncer sempre foi uma das doenças mais temidas no mundo1, justamente por sua complexidade e a quantidade de dúvidas que ainda não tem respostas. Em contrapartida, é um objeto relevante de estudo atemporal que desperta muito interesse. No caso do linfoma de Hodgkin, câncer raro no sangue, os avanços no tratamento são extremamente significativos e promissores.

Ataca incialmente os linfonodos, órgãos responsáveis pela condução do sistema linfático, em que as células responsáveis pela imunidade são produzidas e distribuídas para o restante do corpo. Normalmente, acometem os linfócitos B, células encarregadas primordialmente por fabricar anticorpos.

Uma das principais características deste linfoma é a maior incidência na população jovem, usualmente abaixo dos 30 anos, e a alta taxa de cura. Cerca de 80% dos pacientes serão curados na primeira fase do tratamento2 e, mesmo aqueles que recidivam, cerca de 50% podem ser tratados pela quimioterapia em altas doses e transplante de células tronco3.

No entanto, é preciso pensar também nessa minoria de pacientes que não respondem a nenhum desses tratamentos e que tem a possibilidade de iniciar a terapia-alvo, opção para um grupo que não tinha perspectiva de terapias eficazes. “No Brasil, o medicamento que traz essa possibilidade é o brentuximabe vedotina” comenta Professor Vanderson Rocha, onco-hematologista e professor titular da unidade de transplante de medula óssea do Hospital Sírio Libanês.

Para pacientes que anteriormente não apresentavam melhora com as primeiras linhas terapêuticas, quimioterapia e transplante de medula óssea, a terapia-alvo proporciona um novo horizonte, “outro ponto marcante deste tratamento é sua utilidade para os pacientes sem condições clinicas de realizar o transplante, como uma alternativa de tratamento para ganho de sobrevida livre de doença”, completa o hematologista.

Quando se trata de câncer, não há limites quanto à busca de tratamentos cada vez mais superiores. Para Prof. Vanderson, os principais pontos a serem pesquisados em terapias consideradas preferíveis são a diminuição da toxicidade para os pacientes, menor duração dos ciclos medicamentosos e, é claro, o aumento da sobrevida, visando à redução de tratamentos intensificados, tendo sempre em mente que pessoas com linfoma de Hodgkin, em sua maioria, são jovens em idade fértil.

É preciso refletir sobre a inovação e o grande caminho que ainda pode ser percorrido para consolidar um portfólio progressivo de tratamentos oncológicos mais avançados. Nesse sentido, o especialista salienta “a terapia-alvo, com o brentuximabe vedotina, é promissora e positiva. Com isso, todos nós temos um papel essencial de conscientização não só das canceres em si, mais de como podemos curá-los de maneira mais eficaz e mais segura”.

Winz

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