Bolsonaro conta uma mentira a cada três minutos na entrevista ao Jornal Nacional
Ele repetiu falsidades sobre pandemia, processo eleitoral e outros temas
Jair Bolsonaro
247 - Jair Bolsonaro repetiu mentiras sobre a pandemia de covid-19 e a integridade do processo eleitoral na entrevista exibida pelo Jornal Nacional nesta segunda-feira (22). Ele também distorceu dados sobre o desemprego durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e informações sobre a situação e preservação do meio ambiente sob seu governo.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que é falsa a afirmação do ocupante do Palácio do Planalto de que nunca xingou ministros do Supremo Tribunal Federal. Em mais de uma situação, ele insultou os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral até o primeiro semestre deste ano, e Alexandre de Moraes.
Em uma manifestação no dia 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro ameaçou não mais respeitar as decisões do STF. Ele chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e pediu que ele deixasse o cargo. Dois dias depois, criticou o inquérito dos atos antidemocráticos, comandado por Moraes, e xingou o ministro de “otário”.
Em 6 de agosto de 2021, Bolsonaro foi além e chamou Barroso de “aquele filho da puta” diante de apoiadores em Santa Catarina.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que Bolsonaro que Bolsonaro mentiu ao afirmar que comprou mais de 500 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 mais rápido do que outros países. Até o final de 2020, mais de 50 países já tinham iniciado a vacinação, enquanto o Brasil só aplicou a primeira dose em 17 de janeiro de 2021.
Sobre vagas de empregos em 2014 e 2015, Bolsonaro disse que naqueles anos o Brasil teve uma perda de quase 3 milhões de empregos no Brasil. O Estadão Verifica investigou e concluiu que ele também mentiu neste item. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), publicados pelo Ministério do Trabalho em 2015, apontam que o Brasil perdeu 1,5 milhão de vagas de emprego formal naquele ano, mas registrou um saldo positivo de 623 mil em 2014. O déficit entre os dois anos citados por Bolsonaro, portanto, foi de cerca de 877 mil empregos.
A reportagem destaca uma série de outros pontos em que Bolsonaro mentiu flagrantemente durante a entrevista ao Jornal Nacional: sobre o inquérito de ataque hacker ao TSE, a falta de oxigênio em Manaus durante a pandemia, o distanciamento social durante a pandemia, a devastação ambiental no país, a auditoria dos resultados eleitorais de 2014 pedida pelo PSDB etc.
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