Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado

"Depois dessa dura decisão de Moraes, a situação de Bolsonaro ficou mais complicada e seu indiciamento pela Justiça, apenas uma questão de tempo", diz Solnik

Fonte: Alex Solnik - Publicada em 17 de janeiro de 2025 às 17:04

Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | ABR)

Na decisão de 16 páginas em que negou a devolução do passaporte a Jair Bolsonaro, o ministro do STF Alexandre de Moraes citou três argumentos. 

Nada mudou desde que a apreensão do passaporte foi feita, ao contrário, a situação agravou-se porque Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal. Não há motivo, portanto, para revogar uma das três medidas cautelares impostas no contexto do inquérito da tentativa de golpe de estado.

O segundo argumento é que a defesa não apresentou o convite oficial para a posse de Donald Trump, como Moraes havia solicitado.

O terceiro, e mais contundente, é que haveria, por trás do pedido, a intenção de fugir do Brasil.

Moraes baseia o argumento em declarações do próprio Bolsonaro, à Folha e ao UOL, nas quais cogitou pedir asilo em embaixadas caso fosse condenado e nas várias ocasiões em que incentivou e defendeu a fuga de condenados do 8/1 pelo STF que se refugiaram na Argentina.

Moraes também afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro, intermediário do convite ao seu pai, é outro apoiador dos fugitivos da Justiça brasileira, tendo inclusive pedido asilo para eles ao presidente Milei.

Depois dessa dura decisão de Moraes, a situação de Bolsonaro ficou mais complicada e seu indiciamento pela Justiça, apenas uma questão de tempo.

E Eduardo Bolsonaro entrou no radar de Moraes.  

A intenção de fugir do país pode caracterizar tentativa de obstrução de Justiça, um dos motivos que justifica a prisão preventiva.

Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado.

Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

2683 artigos

Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado

"Depois dessa dura decisão de Moraes, a situação de Bolsonaro ficou mais complicada e seu indiciamento pela Justiça, apenas uma questão de tempo", diz Solnik

Alex Solnik
Publicada em 17 de janeiro de 2025 às 17:04
Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | ABR)

Na decisão de 16 páginas em que negou a devolução do passaporte a Jair Bolsonaro, o ministro do STF Alexandre de Moraes citou três argumentos. 

Nada mudou desde que a apreensão do passaporte foi feita, ao contrário, a situação agravou-se porque Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal. Não há motivo, portanto, para revogar uma das três medidas cautelares impostas no contexto do inquérito da tentativa de golpe de estado.

O segundo argumento é que a defesa não apresentou o convite oficial para a posse de Donald Trump, como Moraes havia solicitado.

O terceiro, e mais contundente, é que haveria, por trás do pedido, a intenção de fugir do Brasil.

Moraes baseia o argumento em declarações do próprio Bolsonaro, à Folha e ao UOL, nas quais cogitou pedir asilo em embaixadas caso fosse condenado e nas várias ocasiões em que incentivou e defendeu a fuga de condenados do 8/1 pelo STF que se refugiaram na Argentina.

Moraes também afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro, intermediário do convite ao seu pai, é outro apoiador dos fugitivos da Justiça brasileira, tendo inclusive pedido asilo para eles ao presidente Milei.

Depois dessa dura decisão de Moraes, a situação de Bolsonaro ficou mais complicada e seu indiciamento pela Justiça, apenas uma questão de tempo.

E Eduardo Bolsonaro entrou no radar de Moraes.  

A intenção de fugir do país pode caracterizar tentativa de obstrução de Justiça, um dos motivos que justifica a prisão preventiva.

Bolsonaro foi buscar lã e saiu tosquiado.

Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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