Bolsonaro não alega fraude

"Se ele próprio reconheceu que a eleição foi limpa, os protestos perderam sua razão de ser", escreve Alex Solnik

Alex Solnik
Publicada em 02 de novembro de 2022 às 15:52
Bolsonaro não alega fraude

Jair Bolsonaro, acompanhado de vários ministros, fala com a imprensa no Palácio da Alvorada (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Foi um discurso tosco, mentiroso e desonesto. 

Ele quis dar a entender que foi ele o vencedor no dia 30. 

Reafirmou seu alinhamento ao integralismo, ao citar Deus, Pátria e Família mais uma vez. 

Alegou ter sido injustiçado pelo “sistema”, o que me lembrou o discurso de renúncia de Jânio Quadros, que a atribuiu a “forças terríveis”. 

Não desmobilizou os bloqueios, mas também não os incentivou. 

E o mais importante: não alegou fraude, como fez Donald Trump, em 2020, nem pediu recontagem de votos, como Aécio Neves, em 2014.  

Se ele próprio reconheceu que a eleição foi limpa, os protestos perderam sua razão de ser.

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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