Café da etnia Paiter-Suruí é destaque em premiação em Rondônia

Produzido na Terra Indígena Sete de Setembro, o café Paiter-Suruí é reconhecido nacionalmente pela sua qualidade e sabor

Assessoria/Funai
Publicada em 03 de novembro de 2022 às 13:27
Café da etnia Paiter-Suruí é destaque em premiação em Rondônia

Produção de café especial da etnia Paiter-Suruí. Foto: Guto Martins/Funai

O café especial produzido pelo indígena Wilson Nakodah da etnia Paiter-Suruí foi premiado na 7ª edição do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé) 2022, realizado no Complexo Beira Rio, município de Cacoal (RO). O produtor ficou na 3° colocação do concurso de qualidade, entre mais de 157 inscritos de 20 municípios do estado.

Como prêmio, o produtor recebeu um lavador metálico mecanizado que faz a separação dos cafés cereja e verde, no valor de quase R$ 29 mil. O maquinário vai qualificar o serviço, que antes era realizado manualmente. Seis cafés foram premiados no Concafé, cujo evento foi realizado no mês de setembro.

Produzido na Terra Indígena Sete de Setembro, o café Paiter-Suruí é reconhecido nacionalmente pela sua qualidade e sabor. São mais de 30 mil pés de café plantados pela família de Wilson, em uma iniciativa repassada ao longo dos anos de pai para filho. O cultivo conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio da Coordenação Regional (CR) Cacoal.

No Norte do país, o município de Cacoal é conhecido como a capital do café. A relação dos indígenas com a prática e o plantio começou com a homologação da Terra Indígena Sete de Setembro, na década de 1980. Com o passar dos anos, os Paiter-Suruí contribuíram para consolidar o sucesso do cultivo do café especial. A parceria com a iniciativa privada coroou a experiência sustentável em 2018 quando, com o apoio da Funai, a produção do café indígena passou a ser vendida para o grupo 3Corações, por meio de acordo que prevê o aumento da produtividade com foco na qualidade do café especial sustentável.

A cafeicultura virou fonte de renda para as comunidades. Somente na Terra Indígena Sete de Setembro, 115 famílias indígenas de 15 aldeias se organizam em cooperativas para o ganho em escala e a distribuição da safra, de adubo especial ou irrigação, com cuidado para fazer a colheita no tempo certo, tratar e estocar os grãos de café produzidos.

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