Campanha de prevenção a gravidez na adolescência é realizada em Porto Velho

Rede municipal de saúde oferta métodos contraceptivos e acompanhamento

Renata Beccária Foto: Leandro Morais
Publicada em 14 de fevereiro de 2022 às 10:10
Campanha de prevenção a gravidez na adolescência é realizada em Porto Velho

Campanha discutirá tema com adolescentes, pais e comunidade em geral

Buscando sensibilizar a população quanto aos riscos da gravidez na adolescência, a prefeitura de Porto Velho promove nesta semana uma campanha de conscientização nas redes sociais. De 14 a 18 de fevereiro, conteúdos informativos sobre o tema serão apresentados, abordando os riscos para a saúde e consequências de uma gestação precoce.

A campanha acontece de forma on-line, devido a pandemia de covid-19, e busca conscientizar meninas e meninos de 10 a 19 anos, além dos familiares e responsáveis. Além de abordar o tema, a proposta é divulgar os serviços oferecidos a este público na rede municipal de saúde.

Nacionalmente, a semana de prevenção a gravidez na adolescência está instituída desde 2019, por meio da Lei n°13.798, e acrescentada ao Art. 8° do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão abertas para receber este público com a oferta de serviços focados na prevenção à gravidez precoce e/ou indesejada.

Município promove ações de conscientização sobre a gravidez precoce Município promove ações de conscientização sobre a gravidez precoce

“Todos os adolescentes com idade acima de 10 anos podem nos procurar nas unidades de saúde. O objetivo é que, por meio do acolhimento e orientação, esses jovens desenvolvam sua sexualidade de forma consciente e responsável. Prezamos sempre para que haja um consenso na família, por isso, os atendimentos também podem ocorrer aos genitores ou responsáveis”, explica Ana Emanuela Carvalho, coordenadora do núcleo de Saúde da Mulher.

As legislações vigentes, como o próprio ECA, asseguram que os adolescentes tenham acesso ao serviço dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, as unidades promovem o acolhimento da demanda, realizando o primeiro atendimento, identificando a necessidade, sanando dúvidas e promovendo conhecimento prévio sobre o tema.

“Esse momento nos permite identificar se o adolescente está prevendo iniciar a vida sexual ou se iniciou e necessita de prevenção. Dessa forma, apresentamos os métodos contraceptivos que dispomos. O atendimento ao adolescente requer empatia, pois muitos chegam se sentindo reprimidos, com timidez ou vergonha de expor sua intimidade, além do medo de julgamento social”, acrescenta a coordenadora do núcleo.

Ana Emanuela, coordenadora do núcleo de Saúde da Mulher Ana Emanuela, coordenadora do núcleo de Saúde da Mulher

No caso da opção por algum método contraceptivo, o adolescente poderá ter acesso na própria UBS como: os injetáveis mensal ou trimestral, os contraceptivos orais, além dos preservativos masculinos e femininos. “No caso daquela adolescente que optar pela inserção de DIU, esta será encaminhada para o Centro de Referência de Saúde da Mulher para um atendimento que é feito mediante agendamento prévio, via regulação na própria UBS”, detalha Emanuela.

Na Unidade de Saúde da Família (USF) Socialista, a enfermeira Tamires Oliveira explica a forma de abordagem e destaca a oferta de testagem para sorologias como HIV, hepatites B e C e sífilis.

“Eu tento ao máximo abordar de uma forma mais segura, mais acolhedora para que possam se sentir a vontade para falar do assunto. Assim, eu vou explicando as instruções para a prevenção. Nesse primeiro momento, eles têm muito receio de falar da gravidez, por isso, nossa abordagem busca saber quais as necessidades e nunca submeter a adolescente a um pré-julgamento”, detalha a enfermeira.

Em outubro de 2021, o município promoveu um mutirão de inserção de DIU. Ao todo, mais de 240 mulheres foram contempladas com o método contraceptivo na capital. Ações como essa ajudam a reduzir o fenômeno da gravidez precoce. Segundo a Vigilância Epidemiológica da Semusa, em 2018, do total de nascidos vivos, mais de 1,5 mil eram filhos de mães adolescentes. Em 2021, esse número caiu para cerca de 1,1 mil nascimentos, uma redução de mais de 20% em três anos.

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