Casa de Cultura Ivan Marrocos é reinaugurada em Porto Velho com a 13ª edição do Salão de Artes Plásticas de Rondônia

Reinaugurada pelo Governo de Rondônia na noite de segunda-feira, às 19h30, a Casa de Cultura Ivan Marrocos está mais atraente.

Texto: Montezuma Cruz Fotos: Daiane Mendonça
Publicada em 03 de abril de 2018 às 13:43
Casa de Cultura Ivan Marrocos é reinaugurada em Porto Velho com a 13ª edição do Salão de Artes Plásticas de Rondônia

O Grupo Acreditar, da Melhor Idade, dança carimbó na reinauguração da Casa de Cultura

O Grupo Acreditar dançou carimbó. Nos dois pisos do prédio, o 13º Salão de Artes Plásticas de Rondônia (Sart) marcou a retomada de um concurso paralisado dez anos atrás. Discursos rápidos elogiaram colaboradores da obra, do funcionalismo público aos apenados.

Reinaugurada pelo Governo de Rondônia na noite de segunda-feira, às 19h30, a Casa de Cultura Ivan Marrocos está mais atraente.

Meia hora antes de iniciada a cerimônia, mais de 120 pessoas haviam assinado o livro de presença.

“O governo entendeu que a cultura merecia um local privilegiado, com moderna arquitetura, e agora esse local é cuidado com amor e carinho”, disse o superintendente de Esportes, Cultura e Lazer (Sejucel), Rodnei Paes, explicando que a revitalização demorou um ano.

Nesse reconhecimento, mencionou o apoio da Superintendência Estadual de Gestão e Gastos Públicos por ceder mão de obra própria e de apenados. “Se a Casa está linda e maravilhosa, abrindo as portas aos artistas que aqui expõem isso se deve também a esses trabalhadores”, destacou.

Paes lembrou a importância dos editais que agora contemplam o setor cultural, classificando a medida de “democratização de oportunidades”. “A noite é de muita alegria, a casa é de vocês, artistas”.

POLICULTURAL

Anteriormente, a Casa de Cultura Ivan Marrocos era conhecida por Espaço Cultural de Artes Plásticas, depois, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Sua Galeria Afonso Ligório homenageou o artista plástico que criava obras a partir das suas observações. Pintor e escultor, ele deixou obras na Catedral Sagrado Coração de Jesus.

Junto com teatros e bibliotecas, este prédio na Avenida Carlos Gomes, centro antigo de Porto Velho, abrigará muito mais que belas artes e pinturas. Vai proporcionar também acesso ao teatro experimental, leitura e audiovisual. “Vislumbramos um mini George Pompidou (*) policultural que aproveitará todos os nossos recursos”, sintetizou o presidente da Fundação Cultural de Rondônia (Funcer), Rodrigo Framil, minutos antes do descerramento da placa comemorativa.

Estudante vê pinturas e faz anotações

Recém-criada, a Funcer administra atualmente as atividades do Teatro Palácio das Artes, Teatro Guaporé, Biblioteca Pública Estadual José Pontes Pinto, e o Museu da Memória Rondoniense, em Porto Velho.

Dez anos depois de morar em Paris e atualmente ouvindo segmentos artísticos e culturais, Framil acredita no “diálogo entre os espaços”. Quer dizer que eles terão condições de reunir todo tipo de cultura artística ou antropológica.

“O Memo (Museu da Memória) cataloga o acervo indígena e seu acervo impresso (mapas e documentos) digitalizados representam grande avanço”, assinalou.

A Funcer prevê parcerias com municípios do interior e com a iniciativa privada. O teatro de Ariquemes é o primeiro da fila.

“A gente entra em concurso para vencer”, proclamou a diretora da Casa de Cultura, Margarete Batista, enaltecendo o retorno dos salões de arte ao estado. “Muito obrigado”, ela repetiu três vezes. Ao receber os visitantes, a cada um Margarete anunciou que as obras expostas estão à venda com os próprios artistas.

MOBILIDADE URBANA

O presidente informou que a Funcer estuda parceria com a área de sustentabilidade do Banco Itaú S/A e a Prefeitura de Porto Velho, para instalar ciclovias estações de bicicletas na capital. “Todos terão acesso aos espaços, o público será bem maior”.

Essa medida será semelhante àquela adotada no Rio de Janeiro, onde já existem 60 estações que somam 600 bicicletas para aluguel em pontos estratégicos no centro e nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Botafogo, Urca e Flamengo. O valor de locação é acessível – R$ 5 ao dia ou R$ 10 ao mês. As bicicletas estão disponíveis sete dias por semana, das 6h às 22h.

Mais de 160 milhões de brasileiros – quase 85% da população do País – vivem em áreas urbanas, lembrou Framil. “Pelo menos 50 milhões de pessoas a mais que há duas décadas, conforme revela o IBGE”, ele assinala.

Porto Velho está nessa rota de oportunidades, porque também cresceu muito, tem pouco mais de 500 mil habitantes e viu aumentar o transporte individual, em detrimento do coletivo. “Antes que tenhamos problemas com poluição ambiental, perda de tempo em congestionamentos e mais acidentes de trânsito, a bicicleta evitaria a deterioração de vida das pessoas, facilitando sobremaneira a cadeirantes e a todos que circulam pela cidade”, disse o presidente.

Framil reconhece a dificuldade de integrar os diferentes meios de transporte, no caso de Porto Velho, ônibus e automóveis. Atualmente, cadeirantes enfrentam dificuldades em se deslocar de um bairro para outro. Imigrantes haitianos já oferecem exemplo e contribuição, ao sair e voltar para casa, de bicicleta. Desde que aqui chegaram eles fazem a diferença no trânsito da capital.

ESPAÇO POLICULTURAL

► Projetado nos anos 1960, o Centro Georges-Pompidou, em Paris, inteirou 40 anos no ano passado e é uma das maiores casas de cultura do mundo.

► Reúne no acervo aproximadamente 100 mil obras. Diariamente há filas que demoram uma hora para a pessoa conseguir ter acesso a exposições, sessões de dança ou cinema.

► Em 1969, após a decisão do presidente George Pompidou, vigorou a ideia de um estabelecimento policultural. Em dezembro de 1970, o grupo de trabalho criado para viabilizar a iniciativa lançou o edital de um concurso internacional de arquitetura para escolher o projeto que seria construído em Beaubourg, região do bairro de Marais, então em decadência após a 2.ª Guerra Mundial.

► A exigência do Estado seguia à risca a instrução do presidente: um centro aberto às artes moderna e contemporânea, sem um objetivo preciso além de abrigar um acervo internacional de prestígio e de se tornar uma “casa comum” para acolher toda forma de experiências.

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

A Casa da Cultura, fica situada na Avenida Carlos Gomes. Funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h e aos sábados, das 9h às 14h. O prédio tem acessibilidade para portadores de necessidades especiais.

 

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