Chapa Lula-Alckmin enterra a terceira via
"Alckmin é um bom motivo para o potencial eleitor da terceira via votar em Lula e não em Moro, Simone Tebet, João Doria ou Eduardo Leite", escreve Alex Solnik
Lula e Alckmin fecham acordo em São Paulo para compor chapa nas eleições de outubro. (Foto: REUTERS/Carla Carniel)
Depois de muitas tentativas, muitos ensaios, muitas fotos com o ex-presidente Fernando Henrique, Lula conseguiu, finalmente, uma aliança com o que resta do PSDB. Mas com Alckmin, o último tucano.
O simbolismo é enorme. Embora o PSDB não seja mais o mesmo depois da filiação de João Doria, nem Alckmin esteja mais no partido, ele nunca deixará de ser tucano. E traz com ele uma boa parte do eleitorado paulista.
Força nacional ele nunca teve, como prova o resultado da eleição a presidente de 2018, quando marcou 4,6%.
Mas se somar esse percentual às intenções de voto de Lula, a vitória em primeiro turno fica mais próxima.
Embora não seja uma frente ampla como Lula gostaria e esperava, é a única aliança de tons democráticos que mistura ideologias diferentes (mas não opostas) dessa eleição.
E enterra a terceira via.
Alckmin é um bom motivo para o potencial eleitor da terceira via votar em Lula e não em Moro, Simone Tebet, João Doria ou Eduardo Leite, que não são páreo para os líderes nas pesquisas.
Com Lula, a terceira via, representada pelo ex-governador de perfil conservador, tem mais possibilidades de chegar ao Planalto que sem Lula.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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