Com divulgação de cheques de Valdenice, a Quarto Elemento fica mais próxima do senador Flávio Bolsonaro e de ligações dele com a “família nota mil”
Val foi tesoureira do PSL no Rio de Janeiro e fez pagamentos do gabinete de Flávio, onde era lotada com salário de R$ 6.490,00, a supostos fornecedores da campanha ao Senado.
Valdenice ladeada pelos irmãos, com Jair e Flávio na festa de aniversário dela. Foto Instagram
A revista IstoÉ deste final de semana circula com revelações supostamente novas do ex-ministro Bebianno sobre a família Bolsonaro, além da reprodução de cheques assinados por Valdenice de Oliveira Meliga, a Val, em nome do senador eleito Flávio Bolsonaro.
Val foi tesoureira do PSL no Rio de Janeiro e fez pagamentos do gabinete de Flávio, onde era lotada com salário de R$ 6.490,00, a supostos fornecedores da campanha ao Senado.
Os cheques, de setembro e outubro de 2018, somam R$ 8.500,00 e foram pagos à Ale Solução e Eventos Ltda. e à CRF Empreendimentos e Participações Societárias Ltda.
A primeira empresa pertence à contadora Alessandra Ferreira de Oliveira, outra assessora de Flávio na Alerj.
Segundo revelação da Folha de S. Paulo, a empresa recebeu R$ 55,300,00 de 42 candidatos do PSL no Rio; R$ 26 mil vieram de 33 candidatas.
A suspeita é de que eram “laranjas”, colocadas na chapa do PSL apenas para cumprir a cota de 30% reservada às mulheres, já que as 33 só receberam verba do diretório nacional, o dinheiro público do fundo partidário, quando faltavam poucos dias para a eleição.
Nota-se, portanto, uma confusão entre o PSL e o gabinete de Flávio, como se fossem a mesma coisa.
Este caso não se confunde com a apuração que está sendo feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre as movimentações bancárias de Fabrício Queiroz, apontado como tesoureiro informal da família Bolsonaro.
O primeiro assessor de Flávio a depor na investigação, o PM Agostinho Moraes da Silva, admitiu que todo mês transferia R$ 4.000,00 dos R$ 6.000,00 que recebia de salário para a conta de Queiroz.
A justificativa do policial foi bizarra: ele dava o dinheiro para que Fabricio fizesse rolos com automóveis e lucrava cerca de 500 a 700 reais por mês.
Só que jamais Queiroz lhe “devolveu” o dinheiro em cheque ou transferências bancárias.
Foi dinheiro vivo e, portanto, não há rastro desta segunda transação.
Flávio Bolsonaro e o pai são suspeitos de ficar com parte do salário dos assessores. No caso de Agostinho, mais de 65%.
Queiroz, o receptor, fez pelo menos um repasse de R$ 24 mil à primeira dama Michelle — Bolsonaro diz que foi parte do pagamento de um “empréstimo” de R$ 40 mil que ele, Jair, fez ao assessor milionário.
Twitter da deputada Sâmia Bonfim
Voltando ao caso dos gêmeos, Flávio admite que Val era um dos “pilares” de seu mandato no Rio de Janeiro, mas negou relação com os irmãos dela, os PMs Alan e Alex Rodrigues de Oliveira.
De acordo com o texto de Flávio que acompanhou a foto da festa de aniversário, postada no Instagram, eles formavam uma “família nota mil”.
Val, por sua vez, admitiu que os irmãos dela trabalharam informalmente na campanha de Flávio ao Senado, quando estavam de folga.
Os gêmeos foram presos numa das fases da Operação Quarto Elemento, que investigou extorsões cometidas por policiais cariocas contra estabelecimentos comerciais. São ações tipicamente ligadas às milícias do Rio de Janeiro.
Os gêmeos são acusados de “constituir, integrar, financiar e promover organização criminosa”. Eram donos de um loteamento irregular na Zona Oeste do Rio. Alan já tinha sido preso anteriormente por extração e venda ilegal de barro no bairro de Paciência.
Flávio Bolsonaro, enquanto deputado estadual, homenageou os irmãos Alan e Alex na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, além de outros três presos na Operação Quarto Elemento: os policiais militares Leonardo Ferreira de Andrade e Carlos Menezes de Lima e o policial civil Bruno Duarte Pinho.
Leandro foi acusado pelo GAECO do Rio de Janeiro de participar de “um bote” em um frigorífico que não tinha condições sanitárias adequadas e de exigir R$ 30 mil para que o dono não fosse preso em flagrante.
Na homenagem a Leandro na Alerj, Flávio escreveu que “é prestada esta singela e sincera homenagem a verdadeiros heróis de todas as horas que, lançando mão de recursos limitados, esforço pessoal, enfrentando dificuldades e, não raro a incompreensão, atingem resultados eficazes — tão valiosos e necessários à sociedade”.
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