Coren-RO repudia violência sofrida por profissional de Enfermagem no HPJII

O Boletim de Ocorrência foi registrado somente no dia seguinte em virtude do fato da Polícia ter sido acionada por mais de duas vezes para comparecer ao hospital e não ter atendido ao chamando da equipe, não sendo possível realizar o flagrante do crime.

Juliana Santos/Ascom/Coren-RO
Publicada em 08 de junho de 2017 às 17:02
Coren-RO repudia violência sofrida por profissional de Enfermagem no HPJII

O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) repudia com veemência a agressão física sofrida por uma profissional de Enfermagem, no plantão noturno do último sábado, 03 de junho, dentro do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II.

Conforme relatos e apurações, a agressão se deu de forma física e verbal, praticada por um paciente, quando a enfermeira estava em pleno exercício da profissão, na Clinica Cirúrgica do JPII, momento em que a mesma levou um “chute” no braço esquerdo enquanto tentava explicar o horário das medicações prescritas pelo médico ao referido paciente. O Boletim de Ocorrência foi registrado somente no dia seguinte em virtude do fato da Polícia ter sido acionada por mais de duas vezes para comparecer ao hospital e não ter atendido ao chamando da equipe, não sendo possível realizar o flagrante do crime.

Mesmo sendo o maior Pronto Socorro do Estado de Rondônia, o Hospital João Paulo II não consegue atender adequadamente a população que procura pelo serviço. Os pacientes reclamam da falta de leitos, da superlotação e das péssimas condições, de modo a criar uma zona de risco para o profissional que está na “linha de frente” prestando o serviço em saúde. Os profissionais de Enfermagem estão completamente inseridos nessa área de risco.

Tal fato é de conhecimento de toda a sociedade, incluindo as autoridades públicas, considerando as inúmeras reportagens e denúncias feitas por pacientes e profissionais. A situação que já foi constatada através de relatórios feitos pelo Departamento de Fiscalização do Coren-RO, e encaminhada aos órgãos responsáveis, submete tanto os pacientes quanto os profissionais da saúde às péssimas condições na Unidade. Todavia, não podemos admitir que os profissionais que ali prestam atendimento sejam penalizados pelas graves falhas do sistema público de saúde.

O Coren-RO repudia vigorosamente toda e qualquer forma de violência aos profissionais de Enfermagem, seja física, sexual, verbal ou psicológica. O Conselho chama a atenção, ainda, para a Direção do HPJII que não tomou providências administrativas efetivas para a resolução do caso, deixando a equipe de Enfermagem submissa à situação de risco e humilhação.

Os profissionais de Enfermagem se esforçam diariamente para desempenhar suas funções com eficiência, dignidade e ética, enfrentando condições precárias de trabalho, carga horária excessiva, baixos salários, falta de estrutura adequada, falta de profissionais para atender a demanda e superlotação de pacientes. É totalmente inadmissível que esses profissionais, além de atuarem no contexto descrito, ainda sejam vítimas de violência como a que ocorreu nas dependências do HJPII. Deve-se salientar que tal conduta atenta diretamente contra o princípio da Dignidade da Pessoa Humana, posto legitimamente na Constituição Federal de 1988, nossa Carta Cidadã.

O Coren-RO acredita que tal fato não ficará impune, pois a entidade está acompanhando o caso e vai exigir que os órgãos públicos tomem as devidas providências, não somente para apurar este ato de barbaridade, como também para evitar a ocorrência de tantos outros. O Coren-RO compartilha do sentimento de indignação da categoria e se coloca à disposição da profissional para o que for necessário, respeitando a competência legal da instituição.

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