Crimes violentos caem 11% durante a pandemia no estado de SP

Registros de roubos, estupros e homicídios tiveram redução de 11% no primeiro semestre deste ano em algumas cidades

Assessoria/Foto: (Crédito: Divulgação)
Publicada em 18 de setembro de 2020 às 08:07
Crimes violentos caem 11% durante a pandemia no estado de SP

O número de crimes violentos caiu em 99 dos 139 municípios paulistas – o que representa uma extensão territorial de 71,2% – durante o primeiro semestre de 2020. Ao todo, a redução é de 11% em relação aos primeiros seis meses de 2019. O dado foi extraído do Índice de Exposição à Criminalidade Violenta (IECV), elaborado pelo Instituto Sou da Paz, com base nos registros de roubos, estupros e homicídios em cidades com mais de 50 mil habitantes.

Um dos fatores que podem ter contribuído para a queda é, justamente, a pandemia. Com as restrições impostas para conter a taxa de contágio do coronavírus – com o primeiro caso registrado no estado em 26 de fevereiro, na capital paulista –, a população permaneceu mais tempo em casa, mesmo os que não respeitaram a quarentena à risca. Deste modo, com menos gente na rua, os casos apresentam uma redução nos números de assaltos a pedestres, residências e comércios. O quadro mais expressivo aconteceu nas ocorrências de estupro.

A cidade com a maior queda nos índices foi Matão, cidade de 83 mil habitantes e localizada a 307 quilômetros da capital paulista, com 70% de redução, sendo o município que mais conseguiu reduzir os registros da criminalidade no primeiro semestre. No entanto, a diminuição não ocorreu de forma uniforme e algumas regiões apresentam maiores índices de violência, como Itanhaém, Mongaguá, Ubatuba, Peruíbe e Praia Grande.

O índice é calculado a partir da média ponderada de três tipos de crimes: letais (homicídio e latrocínio), contra a dignidade sexual (estupro) e contra o patrimônio (roubo em geral, de veículo e de carga).

Assassinatos

De forma oposta ao que aponta o índice, o número de assassinatos tem aumentado no estado. Houve 1.522 vítimas de homicídio nos seis primeiros meses do ano, como apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O número representa uma média de oito mortes por dia e é a primeira alta semestral em sete anos. Em 55 das cidades analisadas, a taxa de assassinatos cresceu na comparação entre 2019 e 2020. 

Segurança 

Para o executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, São Paulo se saiu bem na proteção ao cidadão durante a pandemia. “A polícia fez um bom trabalho e se voltou para os setores que permaneceram em funcionamento no período. Quando outros setores foram reabrindo, a polícia voltou o seu planejamento para essas áreas. O trabalho da segurança está no caminho certo e a busca continua para sempre melhorar”, disse. 

O governo do estado também tem investido na melhoria da segurança pública, incluindo uma série de vagas para novos servidores, através do concurso PC SP. Os profissionais aprovados darão apoio aos já designados para as ações.

Além da polícia, a diretora do Sou da Paz, Carolina Ricardo, destaca o papel que as prefeituras podem assumir na segurança pública de modo geral. “Há uma rede de proteção e prevenção que não diz respeito à polícia, seja na área da saúde, da educação, da assistência social. A prefeitura pode criar mecanismos de redução de oportunidade para o crime com uma boa guarda, que não seja o ideal de uma guarda ‘rambo’, mas, sim, bem planejada e distribuída para lidar com o comércio ambulante ou atuar em lugares críticos”, diz.

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