Delegada desmente sequestros de crianças e alerta para fake news disseminadas através de áudios no WhatsApp

Solângela recomendou cuidados, mas orientou para que informações sejam checadas

Comando 190
Publicada em 20 de maio de 2021 às 16:17
Delegada desmente sequestros de crianças e alerta para fake news disseminadas através de áudios no WhatsApp

Nesta semana, a reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE esteve com a delegada Solângela Guimarães, titular da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM), de Vilhena, para esclarecer uma situação que vem provocando pânico em muitos moradores, que são áudios dando conta da tentativa de sequestros de crianças.
 
De acordo com a delegada, que afirmou ter apurado todas as informações, mesmo não havendo nenhum registro por parte das supostas vítimas, os áudios e mensagens não procedem, pelo menos não no município de Vilhena.
 
Solângela esclareceu que determinou que as informações fossem averiguadas mesmo sem denúncias formalizadas, devido ao grande alvoroço que o boato vem causando e, de fato, nenhuma delas corresponde a Vilhena, pois além da identificação de uma das pessoas que propagaram as mensagens e áudios, tendo ela afirmado que apenas repassou sem checar, os detalhes veiculados por um site local, dando conta de que um dos casos onde um suposto sequestrador havia tentado arrancar a filha do colo da mãe, também não procede.
 
Na reportagem divulgada, o editor afirma que os fatos se deram no bairro Cidade Verde I, em Vilhena, porém, além de não constar isso na mensagem divulgada, informação na qual o veículo afirma ter se embasado, as referências usadas não correspondem ao referido residencial.
 
“A reportagem divulgada afirma que os fatos se deram na rua 14, próximo a ‘pracinha das casinhas’, porém, nos bairros Cidade Verde I, II e III de Vilhena, não há essa rua e nem conjuntos habitacionais, o que mostra que a informação não foi checada”, afirmou a delegada.
 
Outro fato que prova que as informações dos áudios não correspondem a Vilhena é que, até o momento nenhuma marcação em postes ou lixeiras foi encontrada, como relata a mulher que fez a gravação.
 
“A situação narrada pela mulher do áudio, de que a placa de um veículo suspeito havia sido checada pela polícia e constatado se tratar da identificação de uma motocicleta, não aconteceu aqui, pois nem a PM nem a PC de Vilhena tem essa informação”, disse a delegada.
 
Solângela afirmou ainda, que de fato as únicas informações em que a família das crianças que teriam sido alvos de alguma atitude suspeita foi ouvida, e se trata dos dois casos divulgados pelo FOLHA DO SUL ON LINE, quando uma menina foi chamada por um estranho no portão de casa no bairro Bodanese e um menino quase foi puxado para dentro de um carro no Assossete. Antes da divulgação, a reportagem do site falou com as responsáveis pelas crianças e checou os endereços, informação que ajudou a Polícia Civil na identificação da família.
 
“Nestes dois casos em específico conseguimos chegar até os familiares das crianças através da imprensa, pois nem esses foram registrados, o que torna nosso trabalho ainda mais difícil, pois caso a PM não possa ir ao local no momento, os responsáveis precisam procurar a delegacia, pois quem investiga de fato é a Polícia Civil”, reforçou a delegada.
 
Por fim, Solângela tranquilizou a população que tem ligado afoita nas delegacias em busca da veracidade das informações, porém, ressaltou que o essencial é manter os portões fechados, pois mesmo que as informações não procedam, isso não quer dizer que não venha a acontecer, pois o sequestradores se aproveitam da oportunidade fácil e pessoas de má índole há em todo lugar.
 
A delegada solicitou atenção da população na hora de repassar informações recebidas em aplicativos de mensagens sem saber a procedência, pois estas podem gerar pânico e transtornos desnecessários, assim como alertou a mídia a realizar a checagem das denúncias antes de fazer a divulgação, pois o fato pode até ser verdade, “mas antes precisamos saber se de fato são referentes ao nosso município”.
 
“Caso alguém tenha sido vítima ou presenciado alguma atitude suspeita, procure a DEAM localizada na avenida Paraná, ou a UNISP, e denuncie, pois com o registro do caso, o Setor de Investigação terá mais facilidade para identificar os possíveis suspeitos e até mesmo alertar a população caso a situação requeira cuidados especiais. Se a pessoa não quiser ser identificada, a denúncia pode ser feita de forma anônima, que mesmo assim será apurada”, finalizou a autoridade.

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