Desejos carnais - Capítulo 7

“Paris é uma cidade belíssima!” Se permitia rir. Até gargalhar. Sozinha!

Fonte: Alberto Dinys - Publicada em 25 de setembro de 2025 às 18:10

Desejos carnais - Capítulo 7

São Paulo, 2025 

Naquela manhã de terça-feira, Cecília estava radiante. Os olhos brilhavam. Os lábios rosados sedentos de uma boca masculina. Ela desejava se casar. Sonhava acordada. Ficava fixada nas imagens belíssimas das revistas mais famosas do país. “Paris é uma cidade belíssima!” Se permitia rir. Até gargalhar. Sozinha! “O pessoal acha que sou louca, Jesus!” E… parecia mesmo. Mas não era. 

Então, Dom se aproximou dela em passos tímidos, calculados. As mãos inquietas. O coração acelerado. Os olhos de homem desesperado pelo amor (mesmo sem saber o que queria da vida na maioria das vezes). 

— Cecília!

Ao ouvir a voz de Dom, Cecília se virou e o olhou com surpresa. 

— Você?

Ele sorriu já todo envergonhado (enquanto isso as buzinadas dos carros estavam demais). Respondeu em um tom educado:

— Eu mesmo. 

Sentindo-se impelida a fugir, disse com raiva:

— Sinceramente. Eu marco com um e vem outro.

— Imprevistos acontecem — comentou Dom a olhando com admiração. 

No entanto, Cecília encontrava-se extremamente chateada com ele. Ela argumentou:

— A minha vó dizia que insistir no erro é burrice. Mesmo que o erra seja aparentemente agradável. Insistir no erro é uma insanidade na vida de qualquer pessoa. 

— O homem erra muito, Cecília — contra-argumentou ele com uma notável ousadia. — Religioso ou irreligioso. Compreenda que o ser humano é repleto de contradições. Não se engane! Até os que se acham perfeitos, no fundo, são imperfeitos demais. 

Após alguns instantes em silêncio, Cecília suspirou exasperada. Perguntou:

— Acha que eu tô louca pra te beijar como… nos filmes românticos?

Dom sorriu com um visível sarcasmo. Respondeu quase sussurrando:

— Acho. 

Disposta a mostrar que não estava interessada nele, Cecília gargalhou e comentou com veemência:

— Não se ache tanto assim. Beleza não é tudo, hein?! Não se ache tanto! 

Já ficando estressado, Dom se aproximou dele e perguntou na lata:

— Casa comigo, Cecília? 

Ela se espantou. Ambos se olharam intensamente. 

— Casar? 

— É. 

— Mas… 

— Eu tô disposto a mudar! Casa comigo, Cecília? 

De longe, Pierre vinha vindo com um buquê de rosas nas mãos. Ao vê-los muito próximos, o olhar rapidamente expressou uma enorme decepção e amargura. Se escondeu atrás de uma mangueira e ficou observando-os conversando como se fossem namorados.  

Dom começou a fazer carinho nos cabelos de Cecília. 

— Esquece o passado. Bora olhar pro futuro!

— Tão fácil falar, né?! Poxa, Dom! Não é saudável se relacionar desse jeito. 

— Desse jeito como? 

— Assim… 

— Diz, Cecília. Como?

— De um jeito tudo errado.  Eu errei. Nós erramos. 

— Eu já te disse que o homem é repleto de contradições. Não existe um ser humano que seja perfeito. 

Querendo se desvencilhar dele, Cecília retirou de uma maneira rude a mão de Dom que já estava acariciando o seu ombro. 

— Eu não te amo mais! 

— Você pode até pronunciar essa mentira com os seus lábios. Mas e o coração? Será se ele concorda com o que você me diz?

Cecília riu. Respondeu:

— Fazer o que é melhor indepente de uma emoção fugaz. 

— Nossa! Quanta filosofia!

— Não é filosofia. É a sabedoria de Deus em mim! 

Contrariado, Dom cruzou os braços e a indagou:

— E você, tão certinha, vai ter coragem de namorar o meu amigo e fingir que não me conhece? Hein?

— Eu não sou imatura como antes. Eu posso e devo me relacionar com o Pierre. Claro que sim! Sabe? Ele é muito diferente de você. O Pierre ama a Deus e sabe como tratar uma mulher. 

— É mesmo? Que lindo! Um casalzinho quase… de um conto de fadas. É. Um conto de fadas ridículo e que não engana ninguém. Muita gente já viu a gente se beijando. Aliás, muita gente já viu a gente saindo juntos perto das 23:00. Um homem e uma mulher. Solteiros, bonitos, novos, ricos, inteligentes, modernos… 

Riu. Continuou:

— Acha mesmo que vai colar enganar o Pierre com o seu discurso medíocre? Hein? Reflita! Ele não é bobo. Você não é uma moça pura, virgem. E nós dois já tivemos um lance. Vai ficar com o meu amigo depois de ter ficado comigo, Cecília?

— Se Deus me perdoou, por que eu vou temer viver um verdadeiro amor à luz da Bíblia por causa de um hipócrita?

Desejos carnais - Capítulo 7

“Paris é uma cidade belíssima!” Se permitia rir. Até gargalhar. Sozinha!

Alberto Dinys
Publicada em 25 de setembro de 2025 às 18:10
Desejos carnais - Capítulo 7

São Paulo, 2025 

Naquela manhã de terça-feira, Cecília estava radiante. Os olhos brilhavam. Os lábios rosados sedentos de uma boca masculina. Ela desejava se casar. Sonhava acordada. Ficava fixada nas imagens belíssimas das revistas mais famosas do país. “Paris é uma cidade belíssima!” Se permitia rir. Até gargalhar. Sozinha! “O pessoal acha que sou louca, Jesus!” E… parecia mesmo. Mas não era. 

Então, Dom se aproximou dela em passos tímidos, calculados. As mãos inquietas. O coração acelerado. Os olhos de homem desesperado pelo amor (mesmo sem saber o que queria da vida na maioria das vezes). 

— Cecília!

Ao ouvir a voz de Dom, Cecília se virou e o olhou com surpresa. 

— Você?

Ele sorriu já todo envergonhado (enquanto isso as buzinadas dos carros estavam demais). Respondeu em um tom educado:

— Eu mesmo. 

Sentindo-se impelida a fugir, disse com raiva:

— Sinceramente. Eu marco com um e vem outro.

— Imprevistos acontecem — comentou Dom a olhando com admiração. 

No entanto, Cecília encontrava-se extremamente chateada com ele. Ela argumentou:

— A minha vó dizia que insistir no erro é burrice. Mesmo que o erra seja aparentemente agradável. Insistir no erro é uma insanidade na vida de qualquer pessoa. 

— O homem erra muito, Cecília — contra-argumentou ele com uma notável ousadia. — Religioso ou irreligioso. Compreenda que o ser humano é repleto de contradições. Não se engane! Até os que se acham perfeitos, no fundo, são imperfeitos demais. 

Após alguns instantes em silêncio, Cecília suspirou exasperada. Perguntou:

— Acha que eu tô louca pra te beijar como… nos filmes românticos?

Dom sorriu com um visível sarcasmo. Respondeu quase sussurrando:

— Acho. 

Disposta a mostrar que não estava interessada nele, Cecília gargalhou e comentou com veemência:

— Não se ache tanto assim. Beleza não é tudo, hein?! Não se ache tanto! 

Já ficando estressado, Dom se aproximou dele e perguntou na lata:

— Casa comigo, Cecília? 

Ela se espantou. Ambos se olharam intensamente. 

— Casar? 

— É. 

— Mas… 

— Eu tô disposto a mudar! Casa comigo, Cecília? 

De longe, Pierre vinha vindo com um buquê de rosas nas mãos. Ao vê-los muito próximos, o olhar rapidamente expressou uma enorme decepção e amargura. Se escondeu atrás de uma mangueira e ficou observando-os conversando como se fossem namorados.  

Dom começou a fazer carinho nos cabelos de Cecília. 

— Esquece o passado. Bora olhar pro futuro!

— Tão fácil falar, né?! Poxa, Dom! Não é saudável se relacionar desse jeito. 

— Desse jeito como? 

— Assim… 

— Diz, Cecília. Como?

— De um jeito tudo errado.  Eu errei. Nós erramos. 

— Eu já te disse que o homem é repleto de contradições. Não existe um ser humano que seja perfeito. 

Querendo se desvencilhar dele, Cecília retirou de uma maneira rude a mão de Dom que já estava acariciando o seu ombro. 

— Eu não te amo mais! 

— Você pode até pronunciar essa mentira com os seus lábios. Mas e o coração? Será se ele concorda com o que você me diz?

Cecília riu. Respondeu:

— Fazer o que é melhor indepente de uma emoção fugaz. 

— Nossa! Quanta filosofia!

— Não é filosofia. É a sabedoria de Deus em mim! 

Contrariado, Dom cruzou os braços e a indagou:

— E você, tão certinha, vai ter coragem de namorar o meu amigo e fingir que não me conhece? Hein?

— Eu não sou imatura como antes. Eu posso e devo me relacionar com o Pierre. Claro que sim! Sabe? Ele é muito diferente de você. O Pierre ama a Deus e sabe como tratar uma mulher. 

— É mesmo? Que lindo! Um casalzinho quase… de um conto de fadas. É. Um conto de fadas ridículo e que não engana ninguém. Muita gente já viu a gente se beijando. Aliás, muita gente já viu a gente saindo juntos perto das 23:00. Um homem e uma mulher. Solteiros, bonitos, novos, ricos, inteligentes, modernos… 

Riu. Continuou:

— Acha mesmo que vai colar enganar o Pierre com o seu discurso medíocre? Hein? Reflita! Ele não é bobo. Você não é uma moça pura, virgem. E nós dois já tivemos um lance. Vai ficar com o meu amigo depois de ter ficado comigo, Cecília?

— Se Deus me perdoou, por que eu vou temer viver um verdadeiro amor à luz da Bíblia por causa de um hipócrita?

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