Divisão de controle de Zoonoses atua na prevenção de doenças que animais possam transmitir aos humanos
População ainda confunde trabalho do órgão, que trata da proteção da saúde humana, não dos animais
Quem possui mais de dez animais e ainda não os vacinou este ano, pode agendar
A população ainda confunde o trabalho e as atribuições da Divisão de Controle de Zoonoses em Animais Domésticos e Sinantrópicos (DCZADS), órgão da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), de Porto Velho, que é responsável pela prevenção e controle de zoonoses (doenças transmitidas de animais para seres humanos). O Ministério da Saúde regulamenta quais são essas doenças.
"A maior parte da sociedade e até instituições, por desconhecimento, acabam imputando para a Divisão atribuições que não são de sua responsabilidade. O nosso trabalho é pela saúde humana, não podemos e nem temos recursos para atuar na saúde animal", afirmou o gerente da Divisão de Controle de Zoonoses, Edson Neves Cruz.
Já o médico veterinário Alexandre F. Ribeiro, relatou que "se não for de enfermidade que possa atingir a saúde humana, não temos como intervir, o SUS não custeia atendimento voltado a bem estar e saúde animal. Um animal que foi atropelado, não é esta Divisão responsável por seu socorro e tratamento. Um animal que mordeu alguém, ou está ameaçando as pessoas, não se caracteriza uma zoonose, ficando fora das nossas atribuições. O senso comum é de que tudo que é relativo aos animais, é responsabilidade nossa, o que não é verdade. Não somos um hospital veterinário, não somos centro de acolhimento de animais abandonados e nem um um local para eliminar animais que não são mais desejados pelos seus tutores."
Segundo Edson Neves, "tem gente que liga na divisão de zoonoses e pede para deixar um animal idoso e doente, e na mesma ligação pergunta se tem um animal pequeno para adotação, numa espécie de troca. Isso não existe, não mantemos animais em nossas dependencias, animal só vem para a divisão em caso de suspeita ou confirmação de zoonoses relevante para a saúde pública e se não for possivel a observação desse animal na residência de seu tutor, precisamos esclarecer a todos".
Também é ofertada a vacinação no trailer de vacinação no Parque Circuito
QUAL A FUNÇÃO?
A Divisão tem como responsabilidade a investigação de casos de zoonoses em animais, que tenham relevância à saúde pública. "É um de doenças como a raiva, Leishmaniose Viceral Canina, Leptospirose, entre outras e na maioria das vezes relacionados aos animais domésticos, em áreas urbanas e rurais.", explicou Alexandre.
Segundo o médico veterinário, "a maior parte da população, não nos procura para tratar de questões que são de fato a nossa atribuição, como uma suspeita de animal doméstico com raiva ou com leishmaniose (LVC). Eles nos procuram quando o animal está doente e não podem ou não querem custear o tratamento, quando querem sacrificar ou abandonar o animal que está velho. Talvez, pelo histórico de trabalho feito em capturar e eliminar animais, quando houve um surto de raiva no final da década de 1990 e início dos anos 2000, tenha criado na sociedade essa imagem, distorcida, de que fazemos acolhimento ou eliminação de animais".
Nesse período, entre 1997 e 2003, a capital chegou a registrar sete óbitos humanos por raiva, e vários casos de animais identificados com a doença, nessa época o protocolo orientava a captura e eutanasia, o que não é mais pernitido. Há 20 anos que não são registrados casos de raiva animal em Porto Velho, que realiza anualmente uma campanha de vacinação antirrábica (esse ano no mês de setembro) e a Divisão oferece vacinação ao animais, de forma gratuita, diariamente das 8h às 17h, para quem não imunizou seu animal no dia da vacinação anual.
Para mais informações, a Divisão disponibiliza o telefone (69) 98473-6712. Quem possui mais de dez animais e não os vacinou, pode ligar nesse número e agendar. Também é ofertada a vacinação no trailer de vacinação no Parque Circuito. Em 2022, foram 48.267 animais vacinados no município.
Os Centros de Zoonoses do país estão impedidos de realizar a eutanasia de animais, à exceção dos casos de leishmaniose visceral canino. "No caso de raiva, o animal fica em observação por dez dias. Se ele resiste, a doença está descartada. Animais doentes, velhos ou abandonados, não podem ser capturados, deixados nas dependências da divisão e nem eutanasiados", completou Edson.
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