E depois do 7 de setembro?
Depois de 7 de setembro, tudo seguirá igual, só que pior para Bolsonaro e para o país
Quanto mais enfraquecido politicamente e isolado em termos de apoio popular, mais Bolsonaro acelera a escalada de ameaças, provocações e fake news. Ele nem pretende que suas posições sejam vitoriosas, mas sobre ele e seguir no centro da cena política, mesmo sob essa forma enganosa.
Ele não governa, polemiza. Afirma que não o deixam governar, em particular o Judiciário, que tolhe os excessos das suas palavras e atos. Mas, se pudesse, não diz nada sobre o que faria sobre a crise social, o desemprego, a estagnação econômica, a inflação, a pandemia, o desprestígio internacional do Brasil, seu isolamento político, sua perda cada vez maior de apoio segundo as pesquisas, seus conflitos crescentes com governadores e prefeitos, entre outros.
Ele não se preparou para governar. Foi apenas o candidato mais funcional à direita para derrotar o PT, com genéricas posições contra a política tradicional, contra a corrupção e contra o PT.
Agora é um blefe como presidente, seu governo navega entre privatizações, extermínio de direitos dos trabalhadores, cortes de recursos para políticas sociais e declarações descabeladas. Exalta tortura, ataca as mulheres, os negros, os LGBT. Sem nenhum tipo de comportamento com dignidade no cargo, de responsabilidade política, de formalidades institucionais.
Chegou a chamar o presidente do TSE de fdp, de dizer que não existem três, mas somente dois poderes, desconhecendo a existência do Judiciário. Na vida privada, se prepara para as possibilidades de prisão dele ou de algum dos seus filhos. Considera a possibilidade de abrigar o Carluxo no Palácio do Planalto, para que uma ordem de prisão não seja realizada.
Essa é a situação lamentável do presidente do Brasil. Agora ele joga tudo o que tem nas manifestações de 7 de setembro, como se não houvesse amanhã depois desse dia. Prometeu a maior manifestação de todas, ataques ao STF e à embaixada da China, desembocando em um contragolpe.
Ele o faz justamente no seu momento de maior fraqueza política e isolamento de apoio popular. Justamente por isso. Trata de deslocar o enfrentamento para o plano militar, apelando para a participação ativa de policiais.
Pode acontecer coisas graves ou nada de muito especial. Mas, principalmente, não altera a situação que o país vive hoje. Pode ser que, segundo sua interpretação particular, Bolsonaro acredite que tem apoio popular para seguir adiante com suas ameaças e ataques ao STF. Mas nada que mude substancialmente em relação ao que ele faz hoje.
A tendência a perda cada vez maior de apoio não se estancará com o que quer que aconteça no dia 7 de setembro. Nem a crise social, menos ainda as previsões econômicas negativas.
Mas até lá o país fica como que em suspense, esperando tudo o que possa acontecer nesse dia ou nada de significativo. Mas o Bolsonaro consegue ganhar tempo, colocar as manifestações no centro das preocupações do país, gera expectativa com os atos e com seus próprios discursos no Brasil e em São Paulo.
Bolsonaro vive como se o cercadinho fosse o Brasil e ele fosse presidente. Enquanto a realidade vai por outras vias. A economia, o desemprego, a rejeição, o descontentamento, o Lula, o país.
Depois de 7 de setembro, tudo seguirá igual, só que pior para Bolsonaro e para o país.
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Comentários
Texto Perfeito 👏... e só gostaria de fazer Uma pergunta à Bolsonaro... Ele ou Eles estão se preparando pra uma “Suposta” guerra contra quem?? Ele alega que o Exército, as Polícias e o Povo estão do seu lado,,, então quem é mesmo o Inimigo??? Como disse um dos seus Primogênitos: Pra fechar o STF basta um Cabo e Um Soldado,,, ué, porque então ele não faz isso 🤷🏻♂️,,, precisa convocar Os Exércitos de todas as Categorias?? Como disse uma Bolsonarista através de um vídeo... dia 7 de Setembro é o dia do Estouro da Boiada,, rsrs, ela nem percebeu, mas foi algo q ela falou Certo!!!😂
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