Em ano de Lula vs. Bolsonaro, déficit zero é palavrão
"2024 não será apenas um ano de eleições; será o primeiro plebiscito do novo governo. Mais uma vez estarão frente a frente Lula e Bolsonaro", diz Alex Solnik
Lula, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Anderson Riedel/PR)
Haddad não nasceu ontem, mas esqueceu de consultar o calendário ao propor déficit zero em 2024.
Ano que vem não será apenas um ano de eleições; será o primeiro plebiscito do novo governo.
Mais uma vez estarão frente a frente Lula e Bolsonaro.
Será uma espécie de terceiro turno.
Quem fizer mais prefeitos será o vencedor de 2024, que será o prelúdio de 2026.
Lula, portanto, não pode perder. Se perder, será visto como um presidente fraco. “Não consegue nem eleger mais prefeitos que Bolsonaro”, poderão dizer seus detratores, cujas declarações irão abrilhantar as centenas de milhares de páginas dos bolsonaristas renitentes.
Em ano de eleições, sobretudo eleições tão determinantes do futuro do governo, déficit zero é palavrão.
Não só o governo precisa inaugurar uma enorme coleção de obras, do Oiapoque ao Chuí, como não pode fechar os olhos aos pleitos de seus aliados, que também vão do Oiapoque ao Chuí. Nessas horas aparecem aliados de todo lado.
É óbvio que o principal inimigo do déficit zero era o chefe da Casa Civil, a quem Lula incumbiu de viabilizar o PAC trilionário.
Ele fez o papel do homem mau, do vilão, sempre de cara fechada quando encontrava o mocinho do déficit zero. Deveria estar pensando: “Ele quer me derrubar, se eu não cumprir a tarefa designada pelo presidente, o presidente põe outro no lugar”.
Até que Lula entrou em campo para mediar o conflito. Decretou o cessar-fogo. E levantou a mão do chefe da Casa Civil. Haddad perdeu por pontos.
É melhor perder o discurso da austeridade que perder para Bolsonaro.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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