Em oficina bilingue, comunidade indígena Zoró recebe capacitação em comercialização de Castanha do Brasil e elaboração de planos de negócios

Além de envolver a comunidade nos processos gerenciais e de tomada de decisão, as capacitações foram realizadas na língua materna deste povo Zoró

Fonte: Paulo Nunes - Publicada em 01 de abril de 2024 às 17:56

Em oficina bilingue, comunidade indígena Zoró recebe capacitação em comercialização de Castanha do Brasil e elaboração de planos de negócios

Nos dias 11 e 12 de março de 2024, na terra indígena Zoró, noroeste de Mato Grosso, ocorreram a capacitação em vendas e plano de negócios para a comunidade indígena vinculada à COOPERAPIZ (Cooperativa do Povo Indígena Zoro). O diferencial dessa ação, é que todo treinamento foi realizado com tradução simultânea na língua nativa, para que todos fossem integrados e ativos nas tomadas de decisão. Os Zoró falam uma língua da família linguística Tupi-Mondé, como diversos povos indígenas vizinhos do seu território. De acordo com a equipe organizadora das atividades, o fato de as capacitações serem realizadas com tradução simultânea, reflete o cuidado de escuta de todos os participantes, ao entenderem que em língua mãe as ideias fluem de forma mais fluidas, permitindo mais participação, integração e tomada de decisão.

Na primeira capacitação o objetivo foi aprimorar as estratégias de vendas, canais de distribuição, maturidade do empreendimento, acesso a diferentes mercados e atividade de simulação de comercialização e fechamento de negócios. Já no segundo dia foi a realização da reestruturação do plano de negócios com a missão, visão, valores e elementos que fortalecem a identidade e a cultura local. Com isso foi mapeado toda a cadeia de valor da castanha do brasil até a chegada ao consumidor final, com análise das oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos, desde os que identificam as tradições culturais, informações sobre o ciclo da castanha do Brasil até chegar nos principais clientes e uma análise SWOT sobre os principais desafios e oportunidades, pontos fortes e fracos da fábrica de beneficiamento de castanha localizada na terra indígena Zoró.

A empresa responsável pelas atividades é a Socioambientalize, que presta serviços socioambientais para o programa desde 2021 e entre as contribuições que vão desde a criação do rótulo dos produtos e a logomarca da COOPERAPIZ.  Mariana Dettmer e Eduardo Mazzi  responsáveis pelas capacitações afirmam que foi muito gratificante ouvir depoimentos dos participantes que estão diretamente ligados às ações de comercialização, participando em feiras e eventos, explicam que o sentimento de autonomia de negócio se sobressai com as vendas associadas às narrativas e histórias sobre o território e sua relação com a castanha, onde o cliente não adquire apenas o produto e sim o conhecimento em profundidade, a cultura e o efetivo significado e fruto da floresta em pé.

Atividades do Projeto Man Gap

Estas ações fazem parte do projeto MAN GAP, da ASSOCIAÇÃO DO POVO INDIGENA ZORO PANGYJEJ APIZ, inserido no subprograma de Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais, do Programa REM-MT e são resultados de um trabalho participativo de acordos em prol do desenvolvimento social, produtivo, econômico, organizacional e ambiental dos povos indígenas envolvidos na proposta.

O Projeto Man Gap vem trabalhando para fortalecer a Cadeia de Valor da castanha do Brasil nas terras indígenas da região Noroeste de Mao Grosso, promovendo visibilidade e a sustentabilidade dessa atividade econômica, através do impulsionamento ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades indígenas, estimulando seu empoderamento e a valorização cultural da castanha do Brasil com a conservação da floresta.

Dentre as diversas iniciativas no âmbito do Projeto Man Gap está o planejamento de diversas formações que objetivam o fortalecimento e a agregação de valor à Cadeia de Valor da castanha do Brasil nas terras indígenas da região Noroeste de Mato Grosso

O Programa REDD Early Movers (Programa REM MT, em português) atua em Mato Grosso desde 201, e beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais, produtores rurais sustentáveis e os povos indígenas, e fomenta iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta.

Em oficina bilingue, comunidade indígena Zoró recebe capacitação em comercialização de Castanha do Brasil e elaboração de planos de negócios

Além de envolver a comunidade nos processos gerenciais e de tomada de decisão, as capacitações foram realizadas na língua materna deste povo Zoró

Paulo Nunes
Publicada em 01 de abril de 2024 às 17:56
Em oficina bilingue, comunidade indígena Zoró recebe capacitação em comercialização de Castanha do Brasil e elaboração de planos de negócios

Nos dias 11 e 12 de março de 2024, na terra indígena Zoró, noroeste de Mato Grosso, ocorreram a capacitação em vendas e plano de negócios para a comunidade indígena vinculada à COOPERAPIZ (Cooperativa do Povo Indígena Zoro). O diferencial dessa ação, é que todo treinamento foi realizado com tradução simultânea na língua nativa, para que todos fossem integrados e ativos nas tomadas de decisão. Os Zoró falam uma língua da família linguística Tupi-Mondé, como diversos povos indígenas vizinhos do seu território. De acordo com a equipe organizadora das atividades, o fato de as capacitações serem realizadas com tradução simultânea, reflete o cuidado de escuta de todos os participantes, ao entenderem que em língua mãe as ideias fluem de forma mais fluidas, permitindo mais participação, integração e tomada de decisão.

Na primeira capacitação o objetivo foi aprimorar as estratégias de vendas, canais de distribuição, maturidade do empreendimento, acesso a diferentes mercados e atividade de simulação de comercialização e fechamento de negócios. Já no segundo dia foi a realização da reestruturação do plano de negócios com a missão, visão, valores e elementos que fortalecem a identidade e a cultura local. Com isso foi mapeado toda a cadeia de valor da castanha do brasil até a chegada ao consumidor final, com análise das oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos, desde os que identificam as tradições culturais, informações sobre o ciclo da castanha do Brasil até chegar nos principais clientes e uma análise SWOT sobre os principais desafios e oportunidades, pontos fortes e fracos da fábrica de beneficiamento de castanha localizada na terra indígena Zoró.

A empresa responsável pelas atividades é a Socioambientalize, que presta serviços socioambientais para o programa desde 2021 e entre as contribuições que vão desde a criação do rótulo dos produtos e a logomarca da COOPERAPIZ.  Mariana Dettmer e Eduardo Mazzi  responsáveis pelas capacitações afirmam que foi muito gratificante ouvir depoimentos dos participantes que estão diretamente ligados às ações de comercialização, participando em feiras e eventos, explicam que o sentimento de autonomia de negócio se sobressai com as vendas associadas às narrativas e histórias sobre o território e sua relação com a castanha, onde o cliente não adquire apenas o produto e sim o conhecimento em profundidade, a cultura e o efetivo significado e fruto da floresta em pé.

Atividades do Projeto Man Gap

Estas ações fazem parte do projeto MAN GAP, da ASSOCIAÇÃO DO POVO INDIGENA ZORO PANGYJEJ APIZ, inserido no subprograma de Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais, do Programa REM-MT e são resultados de um trabalho participativo de acordos em prol do desenvolvimento social, produtivo, econômico, organizacional e ambiental dos povos indígenas envolvidos na proposta.

O Projeto Man Gap vem trabalhando para fortalecer a Cadeia de Valor da castanha do Brasil nas terras indígenas da região Noroeste de Mao Grosso, promovendo visibilidade e a sustentabilidade dessa atividade econômica, através do impulsionamento ao desenvolvimento socioeconômico das comunidades indígenas, estimulando seu empoderamento e a valorização cultural da castanha do Brasil com a conservação da floresta.

Dentre as diversas iniciativas no âmbito do Projeto Man Gap está o planejamento de diversas formações que objetivam o fortalecimento e a agregação de valor à Cadeia de Valor da castanha do Brasil nas terras indígenas da região Noroeste de Mato Grosso

O Programa REDD Early Movers (Programa REM MT, em português) atua em Mato Grosso desde 201, e beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais, produtores rurais sustentáveis e os povos indígenas, e fomenta iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta.

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