Envolvida na Apocalipse tenta afastar juiz do processo alegando que magistrado foi acusado de pedir propina a suposto chefe de quadrilha

Magistrado rechaçou a acusação, pediu apuração ao Tribunal de Justiça e mandou lavrar flagrante por desacato e calúnia contra acusador.

Publicada em 18 de March de 2014 às 12:14:00

Da reportagem do Tudorondonia

Porto Velho, Rondônia - O juiz Arlen José Silva de Souza, da 1ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho, não acolheu a alegação de suspeição e rejeitou a exceção oposta por Sheila Kelle Vieira Corsino, contra o próprio magistrado, alegando que este seria suspeito para julgá-la porque, durante um audiência, foi acusado por Fernando Braga Serrão, o Fernando da Gata, de supostamente ter pedido propina para conceder habeas corpus ao acusado preso durante a Operação Apocalipse da Polícia Civil.

Kelle é ré no mesmo processo de da  Gata, onde se apura diversos crimes de estelionato praticados com cartões de crédito, bem como associação para o tráfico de drogas e tráfico de entorpecentes, entre outros delitos de natureza grave.

Ela  tem vínculos com Fernando da Gata, pois são corréus no processo e ainda tem a mesma advogada, Zilma Bezerra Gomes de Souza.

Fernando das Gata, quando estava preso, acusou o juiz de ter pedido, por intermédio de uma outra pessoa não identificada, pagamento de propina para conceder-lhe habeas corpus. Ele, no entanto, não apresentou nenhuma prova contra o magistrado.

Kelle, por sua vez, alegou que, em razão de tais acusações feitas por da Gata contra o juiz Arlen, seria impossível manter omagistrado imparcial atuando no processo, em razão de "abalo emocional e psicológico " .

As acusações feitas por Da Gata ao magistrado já estão sendo apuradas, inclusive o próprio juiz tomou a iniciativa de encaminhar ofício ao Tribunal de Justiça solicitando a abertura de investigação. As acusações ao magistrado - bem como a outros membros da magistratura rondoniense- foram gravadas em audiência, em que foi negadoa Da Gata  o pedido de liberdade provisória.

Durante esta audiência, o juiz mandou lavrar flagrante por desacato e calúnia contra Fernando da Gata, acusado de ser o chefe de uma quadrilha de estelionatários e narcotraficantes que financiaria campanhas políticas em Rondônia.
Para o juiz Arlen, já se previa que ocorreriam inúmeras ações com o objetivo de tumultuar e retardar o andamento processual.

Decisão