Esquerda fará com Lula o que fez com Dilma
"Lula está se segurando, mas uma sangria de votos no seu campo político pode ser fatal", escreve Eduardo Guimarães
Lula e Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert)
A direita está se fortalecendo no Brasil porque sua militância não sabota os políticos do seu campo como a esquerda faz com os políticos do seu. É simples assim. Alguém vê um político de direita sendo difamado ou xingado por gente do seu campo?
No caso de Bolsonaro, nem seria preciso falar. Ele tem um nível de apoio no seu campo político que nenhum político no campo da esquerda jamais teve. No caso de Lula, setores da esquerda o atacam por qualquer coisa. E alguns ataques são de deixar os bolsonaristas com inveja, tal o nível de ódio. Sim, ódio!
Para essa esquerda, Lula não sabe escolher ministro do STF, não sabe fazer política econômica, não sabe fazer política internacional, não sabe nomear ministros e é vendido para a direita porque não dá nela um estelionato eleitoral. E não faz isso sob o argumento de que quem venceu a eleição presidencial de 2022 foi uma frente ampla. Simples assim.
Com Dilma foi pior quando ela governava? Foi em relação aos dois primeiros governos Lula, mas no caso do Terceiro o ódio e a burrice dessa esquerda estão iguais. Ou piores.
Agora, porém, a coisa foi mais longe. Movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda divulgaram manifesto crítico ao ajuste fiscal devido a medidas que podem vir a ser adotadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.
O documento destaca que essas medidas ameaçam políticas públicas e lança uma plataforma digital para coletar adesões individuais contra o governo Lula, por estar pretendendo "prejudicar os trabalhadores".
Ou seja, Lula não sabe o que está fazendo ou, se sabe, tornou-se um vilão que, sem necessidade, vai prejudicar os trabalhadores "cortando na carne" da maioria deles, passando um facão em "conquistas históricas como o reajuste real do salário-mínimo e sua vinculação às aposentadorias e ao BPC, o seguro-desemprego, os direitos do trabalhador sobre o FGTS, os pisos constitucionais da Saúde e da Educação".
Claro que debitam tudo isso ao "mercado", mas, na acusação, está implícito que Lula vai fazer o que ele, mercado, quer.
O resultado disso é muito fácil de prever. Quem votou em Lula passará a reprová-lo por estar cedendo aos vilões do "mercado". Com isso, a popularidade cai como caiu a da Dilma durante ataques idênticos que essa mesma esquerda fez a ela desde 2013 até ser aprovado seu processo de impeachment. Aí começaram a gritar nas ruas o tal "Não vai ter golpe".
Mas teve golpe. E teve porque era tarde demais para apoiar Dilma. Nos 30 dias de junho de 2013, a esquerda que se diz mais de esquerda que a esquerda que ficou ao lado da presidente derrubou a aprovação dela pela metade e depois continuou batendo até ela começar a cair.
Aí veio a direita, chutou os traseiros progressistas dos militontos e terminou o serviço.
Lula está se segurando, mas uma sangria de votos no seu campo político pode ser fatal. Ah, Eduardo, então não pode criticar Lula para ele não cair? Depende do que você quer. Se quer ser governado pelo Bolsonaro, pelos filhos dele ou pelo Tarcísio e sua polícia nazista, está no caminho certo. Agora, se não quer, então você está agindo como idiota.
Como explicar a essa gente que Lula não tem poder suficiente para impor tudo o que uma esquerda que nem votos no Congresso tem quiser?
Read my lips: o máximo que Lula pode fazer é tentar minimizar os efeitos adversos distribuindo a paulada entre ricos e pobres, mas não conseguirá impor que os mais pobres não contribuam com nada nesse processo. Ele vai negociar como faz desde a época das greves no ABC Paulista, claro, mas mágica ele não faz.
O que a esquerda precisa é tratar de ganhar eleições e ajudar a equilibrar o jogo, sobretudo no Legislativo. Mas como partidos políticos que…
Eduardo Guimarães
Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania
945 artigos
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