Expectativa de vitória em primeiro turno deve ser exercida com cautela
"A esquerda precisará estar atenta, porque o bolsonarismo atuará com medidas eleitoreiras que podem surtir efeito na imagem de Bolsonaro", diz Cesar Calejon
Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters/Carla Carniel | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
A sabedoria popular afirma que a “expectativa é a mãe da decepção” por um motivo muito simples: é verdade. Em todas as searas ou disputas da vida, “ir com muita sede ao pote” não é uma boa estratégia.
Na disputa eleitoral, vale o mesmo raciocínio. Evidentemente, é difícil ignorar o fato de que Lula aparece muito à frente de Bolsonaro, com chances reais de ser eleito ainda no primeiro turno, em todas as principais pesquisas eleitorais que foram apresentadas ao longo do último ano.
Contudo, a esquerda precisará estar atenta e forte, porque o bolsonarismo, a partir deste ponto, atuará com base em medidas emergenciais eleitoreiras que poderão surtir algum efeito sobre a imagem de Bolsonaro. Além disso, o governo redirecionou um grande volume de recursos à Globo, o que pode fazer com que a família Marinho, pelo menos, evite algumas críticas mais ácidas. Ou seja, a batalha, de fato, começa agora e a perspectiva de uma vitória fácil não é o que a seriedade do momento requer.
Neste domingo, a convenção do PL, que será realizada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, deverá testar a resiliência de Bolsonaro e determinar o tom para a reta final da campanha presidencial.
De um lado, os estrategistas do bolsonarismo insistem para que Jair Bolsonaro abandone a sua sanha autoritária e seja capaz de se focar nas medidas eleitoreiras emergências que o governo federal foi capaz de avançar junto ao Congresso Nacional em caráter emergencial.
Do outro, Bolsonaro é, notoriamente, uma figura limítrofe, sem elementos e que sabe agir, única e exclusivamente, de acordo com o seu populismo barato, agressivo e banal que orienta a sua conduta.
De qualquer forma, caso a campanha bolsonarista consiga imprimir algum nível de resiliência ao bolsonarismo, a contenda política deverá se acirrar ao longo das próximas semanas e o campo progressista precisará estar mais forte, atento e coeso para derrotar o bolsonarismo nos dois possíveis turnos das eleições presidenciais.
Jornalista, com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela USP. Autor dos livros 'A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI', 'Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil' e 'Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofacismo no Brasil'
Desbolsonarizar o Brasil
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Comentários
Tanto medo e ainda tem coragem de continuar publicando que esquerda ganha em primeiro turno. Esse é o medo, que o povo continue de olhos aberto, querem vendar novamente os olhos do povo para que acreditem apenas no que ouvem.
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