FMI projeta um crescimento pífio para o Brasil em 2023

Por que um país com tantas riquezas como o Brasil não cresce? Com a palavra, os economistas

Por Valdemir Caldas
Publicada em 14 de abril de 2023 às 19:55
FMI projeta um crescimento pífio para o Brasil em 2023

Menos de um por cento, ou, para ser mais exato, 0,9%. Essa é a projeção de crescimento da economia brasileira apontada pelo Fundo Monetário Internacional para 2023, percentual muito abaixo da média mundial - que sinaliza com 2,8%, e da média dos países da América Latina, com taxa prevista para 1,6%. Em janeiro, estudo indicava um crescimento de 1,2%, mas o Fundo precisou refazer os cálculos e mudou o relatório. O anunciou foi um balde de água fria no entusiasmo esfuziante da equipe econômica do governo Lula, mas analistas de mercado já sinalizavam que a economia brasileira não cresceria mais que um por cento em 2023.   

Por que um país com tantas riquezas como o Brasil não cresce? Com a palavra, os economistas. A economia brasileira parece que parou no tempo e, quando avança, o passo é tão insignificante que o brasileiro nem percebe o desempenho disso na melhoria de sua qualidade de vida. Nossa renda per capita é uma das piores do mundo. E o mais grave é que não aparece ninguém para mudar esse quaro medonho. Entra governo, sai governo, é o país continua patinando. Enquanto governantes se preocupam em mostrar o progresso continuo na luta contra a inflação, muito pouco ou quase nada tem sido feito para combater a iníqua concentração de renda. Ocupamos os primeiros lugares no ranking mundial da desigualdade, atrás, inclusive, de Botsuana.

Queixas partem de todos os segmentos da sociedade, mas elas não correspondem exatamente aos sacrifícios que cada um deles experimenta. Enquanto uma pequena parcela da população está cada vez mais rica, para a grande maioria, o pão de cada dia vai-se reduzindo, à medida que o tempo passa e novos planos são anunciados e implantados. A classe do topo da pirâmide social não sente qualquer necessidade de reduzir o caviar e o uísque de cada fim de semana. Pelo contrário, continua sorrindo com o aumento do patrimônio e as belas perspectivas de negócios que se abrem diante de si. Até quando o Brasil vai continuar escorregando feito um bêbado na rampeira da economia mundial?

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