Historiadora defende a importância do patrimônio histórico cultural

Aposentada, a professora e pesquisadora da História rondoniense, Yedda Borzacov, conta sobre as riquezas culturais expostas no Memorial Jorge Teixeira

Vanessa Farias | Fotos: Daiane Mendonça
Publicada em 19 de agosto de 2019 às 16:25

Yedda se emociona ao lembrar fatos da época do ex governador Jorge Teixeira de Oliveira

Instituído pelo governador Marcos Rocha, com a Lei 4.525, de 28 de junho deste ano, o Dia Estadual do Historiador, a se comemorar a cada 19 de agosto, é uma forma de valorizar e destacar a importância do campo de atuação dos profissionais no quadro funcional público. Aposentada, a professora e pesquisadora da História rondoniense, Yedda Borzacov, conta sobre as riquezas culturais expostas no Memorial Jorge Teixeira.

“Essa casa foi construída em 1949 para ser a residência oficial dos governadores da época, mas foi ele, coronel Jorge Teixeira de Oliveira, quem reformou a residência quando assumiu o governo do estado. Ele era apaixonada por esta terra, e amava a Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré…são muitas lembrança boas daquele tempo. Algumas pessoas achavam que ele era ditador, mas na verdade, ele só fazia tudo para que o estado crescesse”.

A casa, que conta com o Estado para o pagamento das contas de energia e água, foi doada através de decreto governamental em 2007 à Sociedade Civil Governador Jorge Teixeira e, localizada à Rua José do Patrocínio, é aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia. Em suas paredes, quadros com recortes de jornais, fotos e documentos revelam fatos vividos por Teixeirão, como era conhecido, à época de sua gestão, de 1979 a 1985.

Todo o acervo, incluindo objetos pessoais expostos em uma bancada com tampo em vidro, mantém viva a História e a memória de Jorge Teixeira de Oliveira, contando todo o processo de transformação do ex-Território Federal de Rondônia em Estado.

“Apesar de acreditar que todos os dias são nosso dia, acho muito importante, sim, a atitude do governador Marcos Rocha em nos homenagear, mas o que nos faz mais felizes é ver o interesse em preservar o nosso patrimônio histórico cultural”, diz a historiadora Yedda Borzacov.

 

Aos 80 anos de idade completados em junho deste ano, Yedda se orgulha de ter feito parte da gestão e convivido com Teixeirão. “Ele era um homem muito sábio, sempre tinha frases muito significativas e atuais como ‘Passa o homem, fica o trabalho’”.

No acervo do Memorial, o título eleitoral de Teixeirão

A pesquisadora, nascida em Guajará Mirim, é reconhecida pelas contribuições históricas a Rondônia. “Auxiliei em todos os tombamentos dos patrimônios históricos. Escritora de livros como “Porto Velho: 100 anos de História 1907-2007” e “Rondônia Cabocla”, Yedda lembra a parceria com o saudoso professor e historiador Abnael Machado, que fez parte do quadro estadual. “Ele fez um trabalho muito bonito na Educação, com vários livros publicados, e também defendia muito a História de Rondônia. Quando alguém escrevia alguma coisa errada ele logo corrigia publicando o erro e o fato correto com a manchete ‘Não denigra a História de Rondônia’”.

Juntos, Yedda e Abnael receberam em abril deste ano o título de Doutor Honoris Causa, concedido pelo Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em reconhecimento e agradecimento pelas contribuições históricas e colaborações com o registro da memória da região Norte. “O meu apelo aos órgãos competentes é que zelem pelo patrimônio histórico material, com a ideia de se criar pelo menos um museu com o acervo da Madeira Mamoré, independente de recuperação de ferrovia, máquinas e trem, e que poderia ser aberto ao público. Que haja uma ação conjunta para resguardar o patrimônio que está se perdendo”.

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