Historiadora defende a importância do patrimônio histórico cultural
Aposentada, a professora e pesquisadora da História rondoniense, Yedda Borzacov, conta sobre as riquezas culturais expostas no Memorial Jorge Teixeira
Yedda se emociona ao lembrar fatos da época do ex governador Jorge Teixeira de Oliveira
Instituído pelo governador Marcos Rocha, com a Lei 4.525, de 28 de junho deste ano, o Dia Estadual do Historiador, a se comemorar a cada 19 de agosto, é uma forma de valorizar e destacar a importância do campo de atuação dos profissionais no quadro funcional público. Aposentada, a professora e pesquisadora da História rondoniense, Yedda Borzacov, conta sobre as riquezas culturais expostas no Memorial Jorge Teixeira.
“Essa casa foi construída em 1949 para ser a residência oficial dos governadores da época, mas foi ele, coronel Jorge Teixeira de Oliveira, quem reformou a residência quando assumiu o governo do estado. Ele era apaixonada por esta terra, e amava a Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré…são muitas lembrança boas daquele tempo. Algumas pessoas achavam que ele era ditador, mas na verdade, ele só fazia tudo para que o estado crescesse”.
A casa, que conta com o Estado para o pagamento das contas de energia e água, foi doada através de decreto governamental em 2007 à Sociedade Civil Governador Jorge Teixeira e, localizada à Rua José do Patrocínio, é aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia. Em suas paredes, quadros com recortes de jornais, fotos e documentos revelam fatos vividos por Teixeirão, como era conhecido, à época de sua gestão, de 1979 a 1985.
Todo o acervo, incluindo objetos pessoais expostos em uma bancada com tampo em vidro, mantém viva a História e a memória de Jorge Teixeira de Oliveira, contando todo o processo de transformação do ex-Território Federal de Rondônia em Estado.
“Apesar de acreditar que todos os dias são nosso dia, acho muito importante, sim, a atitude do governador Marcos Rocha em nos homenagear, mas o que nos faz mais felizes é ver o interesse em preservar o nosso patrimônio histórico cultural”, diz a historiadora Yedda Borzacov.
Aos 80 anos de idade completados em junho deste ano, Yedda se orgulha de ter feito parte da gestão e convivido com Teixeirão. “Ele era um homem muito sábio, sempre tinha frases muito significativas e atuais como ‘Passa o homem, fica o trabalho’”.
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A pesquisadora, nascida em Guajará Mirim, é reconhecida pelas contribuições históricas a Rondônia. “Auxiliei em todos os tombamentos dos patrimônios históricos. Escritora de livros como “Porto Velho: 100 anos de História 1907-2007” e “Rondônia Cabocla”, Yedda lembra a parceria com o saudoso professor e historiador Abnael Machado, que fez parte do quadro estadual. “Ele fez um trabalho muito bonito na Educação, com vários livros publicados, e também defendia muito a História de Rondônia. Quando alguém escrevia alguma coisa errada ele logo corrigia publicando o erro e o fato correto com a manchete ‘Não denigra a História de Rondônia’”.
Juntos, Yedda e Abnael receberam em abril deste ano o título de Doutor Honoris Causa, concedido pelo Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia (Unir), em reconhecimento e agradecimento pelas contribuições históricas e colaborações com o registro da memória da região Norte. “O meu apelo aos órgãos competentes é que zelem pelo patrimônio histórico material, com a ideia de se criar pelo menos um museu com o acervo da Madeira Mamoré, independente de recuperação de ferrovia, máquinas e trem, e que poderia ser aberto ao público. Que haja uma ação conjunta para resguardar o patrimônio que está se perdendo”.
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