IAB homenageia primeiro advogado de Rondônia com a Medalha Luiz Gama

Dono da inscrição 01-B nos quadros da Seccional da OAB de Rondônia, Francisco Arquilau de Paula foi homenageado pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta sexta-feira (27/9). Em solenidade promovida na sede da OAB/RO, ele recebeu do IAB a Medalha Luiz Gama, que é destinada a personalidades que defendem a igualdade racial, a liberdade e a democracia. O decano da advocacia rondoniense teve trajetória marcada pela luta em prol do pleno funcionamento do Poder Judiciário em seu estado natal e por uma Justiça igualitária.

A entrega da comenda foi feita pelos filhos do homenageado, Franciele de Paula e Breno Dias de Paula, representante institucional do IAB em Rondônia. Já a saudação ao primeiro advogado rondoniense ficou a cargo do secretário-geral do Instituto, Jorge Rubem Folena, cujo discurso deu destaque à representatividade de Francisco de Paula no Direito brasileiro.

Folena também lembrou que a medalha, desenhada por Oscar Niemeyer, celebra a atuação do advogado junto à Casa de Montezuma. “Em dois meses, ele vai completar 27 anos como nosso associado. Hoje, estamos fazendo o preparatório para que daqui a três anos Francisco receba a Medalha Levi Carneiro”, brincou o secretário-geral, fazendo referência à comenda destinada aos consócios que contribuíram para os trabalhos do IAB por mais de três décadas.

Emocionando a todos, Francisco de Paula iniciou seu discurso dizendo que “a gratidão é a poesia do caráter” e trazendo à memória a figura do advogado Hermann Assis Baeta, que o indicou ao IAB. “Ele é o grande responsável por eu estar aqui hoje sendo agraciado com uma comenda tão importante. Baeta me indicou quando o Instituto era quase exclusivamente composto por grandes juristas do Rio e de São Paulo. Agora, vejo que ele queria que a Casa de Montezuma fosse integrada por juristas de todos os lugares do Brasil. E, hoje, o IAB realmente representa todos os advogados brasileiros”, contou.

O homenageado também trouxe em sua fala a importância da figura de Luiz Gama, que mesmo sem um diploma de Direito exerceu a advocacia e perseguiu os direitos de pessoas escravizadas. “Sem nenhum título, ele exerceu a verdadeira advocacia porque lutava pela liberdade”, afirmou Francisco de Paula.

O advogado, que há mais de 40 anos lutou pela criação de um Tribunal de Justiça em Rondônia, se disse honrado por receber uma comenda com o nome de um homem tão importante para o mundo jurídico: “Vejo a responsabilidade que vocês, senhores, colocam no meu coração. É o peso de continuarmos a defender a liberdade”.