JOGOS DE AZAR: O vício silencioso que destrói finanças, mentes e vidas, Por Samuel Costa
Jogos de azar ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer

Os jogos de azar sempre exerceram fascínio sobre aqueles que buscam uma forma rápida e empolgante de ganhar dinheiro. No entanto, a ilusão de lucro fácil esconde um perigo devastador: o vício. Plataformas como BETs, "Tigrinho" e jogo do bicho têm atraído um público crescente, incluindo jovens e pessoas vulneráveis a transtornos mentais. O problema se agrava quando a compulsão pelo jogo gera consequências financeiras, psicossomáticas e até mesmo envolvimento com atividades criminosas.
Jogos de azar ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. O jogador experimenta uma euforia ao ganhar, mas, ao perder, sente a necessidade de recuperar o prejuízo. Esse mecanismo impulsiona uma compulsão chamada de ludopatia, um transtorno que faz a pessoa jogar repetidamente, mesmo diante de perdas significativas.
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Com o avanço das plataformas digitais, como aplicativos de apostas e cassinos online, o vício se tornou mais acessível, atingindo todas as classes sociais. Muitos jogadores são motivados pela ilusão da "grande vitória", um gatilho psicológico conhecido como viés da expectativa, no qual a pessoa acredita que está próxima de um prêmio significativo e continua jogando compulsivamente.
O vício em jogos de azar frequentemente está ligado a transtornos mentais pré-existentes ou desenvolvidos pelo comportamento compulsivo. Entre os mais comuns, destacam-se:
Transtorno Opositivo Desafiador (TOD): Indivíduos com TOD possuem dificuldades em lidar com regras e autoridades, tornando-se mais impulsivos e resistentes a limites, o que favorece a compulsão pelo jogo.
Ansiedade e Depressão: A perda constante gera angústia, levando a crises de ansiedade e episódios depressivos. O jogador se sente frustrado, envergonhado e, muitas vezes, entra em um ciclo de autodestruição.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): A necessidade incontrolável de repetir apostas pode estar ligada a padrões obsessivos, tornando-se um comportamento irracional.
Transtorno Bipolar: Durante episódios de euforia, o jogador pode se sentir invencível e apostar grandes quantias, agravando o ciclo de perdas.
A relação entre vício e transtornos mentais cria um cenário perigoso, onde a pessoa perde a capacidade de tomar decisões racionais, colocando em risco sua vida financeira, emocional e social.
O principal prejuízo do vício em jogos de azar é o endividamento. Muitos jogadores gastam suas economias, pedem empréstimos e até vendem bens para continuar apostando. Quando o dinheiro acaba, alguns recorrem a práticas ilícitas, como fraudes, roubos e envolvimento com agiotas, expondo-se a riscos ainda maiores.
Além disso, jogos ilegais, como o jogo do bicho e algumas plataformas clandestinas, estão frequentemente associados ao crime organizado. Os jogadores podem se tornar alvos de extorsões e ameaças, agravando sua situação.
O combate ao vício em jogos de azar exige medidas educativas, psicológicas e legislativas. Algumas estratégias eficazes incluem:
Psicoterapia: O tratamento cognitivo-comportamental ajuda a identificar padrões de pensamento destrutivos e a desenvolver estratégias para controlar a compulsão.
Grupos de Apoio: Organizações como Jogadores Anônimos oferecem suporte emocional e estratégias para abandonar o vício.
Regulação do Setor: O Estado deve criar políticas para controlar a publicidade e o acesso a jogos de azar, protegendo a população mais vulnerável.
Os jogos de azar podem parecer inofensivos no início, mas para muitas pessoas se tornam uma armadilha perigosa, levando a dívidas, transtornos mentais e até crimes. É essencial que haja conscientização sobre os riscos do vício e que aqueles que sofrem com essa compulsão recebam o apoio necessário para recuperar o controle de suas vidas. O alerta se faz necessário: o lucro fácil é uma ilusão, e o preço do vício pode ser alto demais.
Samuel Costa é advogado, professor, jornalista com especialidade em Ciência Política
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